terça-feira, 28 de abril de 2009

Agora vai, ô se vai!


Domingo, dia 3 de maio, deixem a preguiça na cama, na rede, no chão, ou no ralo, após uma boa chuveirada. Será dia de exercitar a cidadania, dia de colocar a retórica para funcionar, dia de testar o gogó e defender a discussão sobre a legalização da Maconha.

Na marquise do Ibirapuera, às 14h, terá início a Marcha da Maconha. No Brasil. o evento também irá acontecer em mais 13 cidades brasileiras e em 200 pelo planeta. Em diversos lugares do mundo, a Marcha já é um sucesso. No Brasil é uma luta mesmo. No ano passado, a "Justiça", aquela que dá habeas corpus para ladrões e assassinos, proibiu a Marcha, sob alegação de apologia às drogas.
Essa é a hora em que desembargadores, advogados, juízes, políticos, empresários e traficantes dão as mãos. Todos a favor da proibição.

Bueno, então é isso. Domingo, vamos reunir as pessoas e as ideias para ajudar no debate.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Sobre a crise e tal

É canalha a enxurrada de demissões que os patrões promovem desde o final do ano passado.
A desculpa é a crise mundial, que assola o mundo. Crise, já provada, causada pelo setor privado e sua sede por mais e mais, sempre querendo ceder menos e menos.
E a canalhice é tamanha, pois as alegações são vazias. Culpar a crise é simples. Pois, os patrões sabem que a massa de empregados, desesperada, não irá contra argumentar e pedir mais detalhes sobre sua saída forçada da empresa.
Qual é o real motivo? Demitir dois, três, 15, 20, mil funcionários vai mudar o que dentro da firma. Irá mantê-la no marcado? Ou a demissão é feita para que o patrão consiga manter seus lucros?
Nos últimos anos, a economia mundial esteve em alta, uma grande e farta maré. Uma série de empresas divulgaram lucros fenomenais. Bancos, Metalúrgicas, empresas de comunicação ganharam dinheiro à rodo. O que foi feito com essa grana? Para onde foi? Porque esse capital não é gasto agora, em época de vacas magras, para segurar as pessoas que ajudaram no tempo de sucesso?
Piores são os patrões que não demitem. Mas usam a “crise” para aterrorizar os seus empregados. “Olha, eu não vou demitir ninguém, mas vocês terão que trabalhar mais. Sabe como é? A crise está ai.”, afirma o patronato bonzinho. “Mais e sem acréscimo de salário, prêmio ou coisa que o valha.”
E assistindo a tudo, de longe, só observando, estão os sindicatos. Cada vez mais domesticado, cada vez mais “responsável”, o órgão que deveria brigar pelos empregados contenta-se com migalhas privadas e estatais e transforma-se em pequena instituição, fechada, mas sempre na luta por mais adeptos e suas mensalidades em nome da luta por melhores condições.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Realiti Chow


Acabou agora a nona edição do programa mais rentável e versátil que TV Globo já conseguiu fazer (esse ela comprou mesmo, assumiu). O programa que acumula em dois ou três meses, os maiores anunciantes da Televisão Brasileira, imprimindo suas imagens em um grupo de 15, 16 pessoas que ganham migalhas para expor suas caras para milhões de consumidores. “Reality show” é Lucro absoluto.


Na verdade era assim. Não é mais. Aos poucos, a Globo percebeu que, além de ganhar rios de dinheiro exibindo figuras que não poderiam lhe oferecer nada após uma derrota no paredão, ou até mesmo, depois da grande final, poderia fazer alguns testes comerciais: testar estilos, roupas, cabelos, caras e bocas...e quem sabe, um novo e mais barato talento.
A empresa informou a quem deveria informar, que a escolha não era mais feita através de sorteio ou vídeos enviados (por milhões de pessoas). Ela passou a aceitar sugestões, indicações, palpites. Mas nos releases espalhados, os vídeos ainda estavam valendo. Funil barato.
Logo a turma percebeu e os jogadores passaram a montar seus currículos e fazer contatos para conseguir uma entrevista no emprego.

Assim desapareceram Bam Bans, aeromoças malucas, mas feias, um estrangeiro riponga ilegal, os médicos fascistas, a empregada sem sal, os caipiras piadistas com seus sotaques...
Surgiram Grazis, Alemães, mulheres recém siliconadas e Maxis. Sim, estes maximizaram-se no programa global. Pessoas que, baseadas em anos de novelas da emissora (nosso orgulho de exportação) e em algumas temporadas de BBBs, moldaram-se em personagens para conseguir, rapidamente, um lugar ao sol no escrete de celebridades plim plim.


Negócios, não é? Assim é a vida. Mas e o reality Show? Xiiiiiiiiiiiiiiiiu...

domingo, 5 de abril de 2009

Filhos, pra que?


Por estes dias, conversava com uma amiga, quando o assunto, que era outro, girou e logo falávamos em filhos. Ela contou-me sobre como uma amiga nossa tem cuidado de sua mais nova filha. Contou-me que para ter a criança, ela mudou de vida, mudou sua rotina, diminuiu o ritmo no trabalho. Diminuiu mesmo. A criança, uma menina linda, nasceu e seis meses depois não estava em uma creche, deitada em um berço, somente esperando a hora de chorar por comida ou por uma nova fralda, sem estímulo algum.
A criança já está com mais de um ano e participa de quase todas as atividades que a mãe faz. Ela está na beira da pia quando o pai lava louça ou a mãe faz comida, ela está no quintal quando sua progenitora cuida do jardim ou coloca a roupa no varal. Ela sente o cheiro da comida que a mãe prepara, ela coloca os pequenos pés na terra do quintal, ela enfia a mãe na água gelada da mangueira, do balde, ela sente o sol batendo em sua cara. Ela nem sabe o que é, mas ela sente, está ali e participa.
Nunca tinha pensado nisso. Em meus devaneios sobre a paternidade, em nenhum momento me atentei a estes fatos. A forma como nós desenvolvemos as sensações que os nossos filhos podem ter ainda pequenos, bem pequenos.
Apesar da vontade em ter filhos, minha curiosidade em ler e saber sobre educação sempre foi tão grande quanto a de trocar fraldas cheias de merda. Nenhuma (algumas pessoas sabem disso).
Em um mundo de 7 bilhões de pessoas, para que colocar mais uma ou duas, somente para seguir com o sobrenome da família? Para que colocar mais um consumidor nesse exaurido planeta? Criar um consumidor de papinha enlatada, berços, fraldas, video games, celulares, ipods, pringles, rufles...? Pra que?

Se é para colocar mais um (a), que ele/ela seja diferente.






foto: blog roteiro do bebé