quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Ele era assim

Ele estava mais magro. As roupas brilhantes já não ficavam tão coladas em seu corpo. Mas em cima do palco a intensidade era a mesma. No dia 13 de julho, Michael Jackson ressurgiria para mostrar porque era (é) o Rei do Pop.

No filme póstumo “This Is It”, de Kenny Ortega, não ficaremos sabendo de detalhes sobre a bagunçada e polêmica vida particular do artista, nem o que causou a sua morte, aos 50 anos, no dia 25 de junho, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

Na obra, que ficará apenas duas semanas em cartaz nos cinemas do mundo inteiro, os fãs poderão matar a curiosidade e ver como um gênio da música trabalhava. A obra é baseada em quase cem horas de gravações dos ensaios que “MJ” e sua equipe faziam para as 50 apresentações no O2 Arena, em Londres, Inglaterra.

Antes de Wanna Be Startin’ Something, música que abriria o mega show, jovens dançarinos se emocionam ao comentar a chance em trabalhar com o inventor do “Moonwalk”. Mesmo quando Michael mostra-se inacreditavelmente acessível, dançarinos e músicos demonstram medo em chegar perto da estrela. Em seguida vem “Jam”, “Smooth Criminal”, “Thriller”, “Beat it”, “Black or White”, Billie Jean… hits atrás de hits.

“This Is It” seria uma turnê grandiosa. Não é à toa que a empresa organizadora do shows perdeu cerca de 350 milhões de dólares ( R$ milhões) com a tragédia. Em seu retorno, Michael não iria poupar em figurinos, dezenas de bailarinos, alta tecnologia, luzes e dúzias de efeitos especiais. Tudo na mais perfeita sincronia e perfeição. Como ele mesmo disse a sua equipe, o objetivo era levar o público para outro mundo, um lugar de paz e alegria. Nada mais pop. Mas tudo bem, foi ele que criou isso mesmo.


(parte do texto foi publicado no jornal Agora SP de 29/10/2009)

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Kerouac



Pensei em escrever um perfil. Mas, Serjao alertou: "Todo mundo sabe quem ele foi e o que ele fez". Por isso, lembrei disso aqui.


Subi as escadas da estação de Abesses e sai em uma pequena praça, rodeada por plátanos, acho que eram plátanos, Tinha um carrossel, algumas crianças empilhadas nos bichos de plástico rodando e rodando. Sentamos em um banco, ao lado de uma mãe com seu carrinho e o bebê.
Marina deitou em meu colo. Era o meio da tarde, nossos pés já doíam, um calor insuportável. Faltavam algumas horas para pegarmos o ônibus para Amsterdam. Peguei o abridor vermelho e a garrafa que estava no compartimento de fora da mochila. O vinho branco estava meio quente. Demos risada. Estavamos ali em Montmartre e não tinha motivo algum para não beber aquele vinho morno. Marina tomou um pouco, em dois ou três, embarcou num sono leve. Encostei as costas no banco com cuidado. Era um tipo de banco duplo e do outro lado uma gorda descansava, justamente. Me lembrei da primeira frase que li, nas costas do livro: "Poupei cada centavo e então torrei tudo subitamente..."
Estava há cinco dias em Paris e era agosto e nos faltavam mais de 20 dias de viagem. Eu nem me lembrava disso ali, na praça. A cada gole, um sorriso inesperado. Aos poucos, o vinho fazia a sua função. As pessoas caminhavam normalmente e eu reparava em seus pés e eu ainda me questionava se aquilo era simples assim. E os cálculos? E as contas? O aluguel?
A mulher com o carrinho levantou e foi embora, acompanhei por alguns segundos, era o último gole. O último vinho em território francês. Ao fundo, uma banda de jazz formada por alguns senhores e uma senhora, de chapéu com uma flor.
A garrafa acabou, Marina abriu os olhos e desandei a falar. Aos poucos, ela deixou só de ouvir. Não precisariamos de muito dinheiro para viver bem por ali. Levantamos e fomos pegar as malas no hotel, na Rue Andre Gill.

Dias depois, em algum ponto da viagem, li:
"Dei uma caminhada por lá, começou a chover granizo em Pigalle, de repente o sol saiu em Rochechouart e descobri Montmartre. _ Eu soube então onde moraria se alguma vez retornasse a Paris. _ Carrosséis para crianças, mercados maravilhosos, tendas de hors d´oeuvres, lojas de vinho..." (Viajante Solitário, 1960)


Há 40 anos, morria Jack Kerouac, o pai da vagabundagem, dos viajantes, dos malucos e dos malditos.
O cara que fez a cabeça de Bob Dylan morreu na cidade de St, Petesburg, que apesar do nome meio russo, é na Flórida. E isso aconteceu bem no meio da guerra fria. Nada mais irônico, nada mais inconformado. nada mais beat.

sábado, 17 de outubro de 2009

Um sábado de chuva serve pra tanta coisa.

trilha do filme Mod Squad, versão 99. Omar Epps, Giovanni Ribisi, Claire Danes... Diretor é Scott Silver.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Na surdina 1

Nada é por acaso e tudo é na surdina. Assim o mundo gira. Na surdina, Marina Silva se reuniu com os caciques FHC e Jorge Bornhausen para ratificar sua mudança de partido e, consequentemente, a candidatura para a presidência do Brasil il il.
A política é feita com a cabeça e não com o fígado, dizem os senhores do ofício. O "sim" da dupla não será um explícito apoio. Não veremos os dois no palanque com a ex-seringueira. Mas Marina é peça importante na cena, já que deve contar com o apoio de uma pequena parcela dos eleitores, engajados pela causa e deslumbrados pela moda ambientalista. Marina tira voto de Lula/Dilma/Ciro e é isso que importa para os senhores PSDB e DEM.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Pinga ni mim




Delegado é afastado por fazer cachaça do 92º DP de São Paulo. Advinha o que o delegado vai fazer enquanto estiver afastado?

Porque a pilantragem no estado é punida com folga?