terça-feira, 8 de junho de 2010

Hora da razão

Olhei bem no fundo do olho dela. Disse que eu era maluco de falar aquelas coisas. - Nem me conhece, olha onde está. Nessa hora eu já brincava com a fita azul no punho esquerdo e ela nem se mexia. Do contrário. Ela ria e enxergava minha boca. - Sua barba tem partes meio vermelhas ou é a luz? Disse que pintava e, pela primeira vez, ela riu alto e esqueceu onde estávamos.
- Gosto dessa frase, eu disse com o dedo apontado para cima. - Qual? Disse ela.
Eu disse: Não vamos fuçar nossos defeitos. - É meio brega, ela falou com sorriso de covinhas do lado direito da bochecha. - Igual essa fita azul calcinha, eu retruquei.
Quase caiu da cadeira, às gargalhadas. Elas fazem de propósito. Virou a palma da mão para cima, apoiada na coxa. - Ela tem um laço. É meio brega mesmo.
- Ela é da maior importância?
- Claro que não. Você é muito brega, ela disse. - Não acredito que vai insistir com isso. Doido.
Sorrisos curiosos e tímidos. Pedi mais duas cervejas...

Um comentário:

Marmota disse...

Wow, gostei meu velho :D
saudades de ti
abraço!!!