- Bom dia.
- Bom dia, tudo bem ai?- disse pausadamente, enquanto espreguiçava-se devagar.
- Tudo. Nossa, meu nariz tá completamente fechado. Parece que cherei.
- Não...isso a gente não fez.
Ela levantou, ficou em pé na cama, se enrolou no lençol e pulou para o chão. Na cozinha, pegou um copo de água. - Quer água?
- Por favor...vou fazer um café. - ele resmungou, enquanto abria a janela. - Que puta sol.
Encostada no batente da porta da cozinha, observava a sala do apartamento. Ele apareceu com um sorriso e os cabelos desgrenhados. Deu um gole de água, passou a mão na cintura dela, enquanto seguia para pegar o pó de café no armário cor de sangue.
- Tá com dor de cabeça?- perguntou, gentil, com duas aspirinas na mão.
Ela balançou a cabeça, negando. Aproveitou e esticou o braço para ligar o rádio. - Posso?
- Claro. Café forte ou fraco?
- Tanto faz. De qualquer jeito é necessário. Tá um solzão mesmo.
O rádio cantava "...Can't see where I am going/I will get to my destination..."e ela começou a dançar. O lençol já era um vestido, amarrado no pescoço.
De esgueio, com as mãos ocupadas e na frente do fogão, observava os passos da moça. Adorava olhá-las fazendo isso.
Levou as duas xícaras para a sala. Ela rodopiava, cantando cada pedaço da letra sem emitir som. No terceiro gole já se mexiam juntos..."lalalalala/I don't know where I am going to..."
-Vamos para a praia. - Sentenciou.
- Agora? Vamos. - ela respondeu, sorrindo e com a xícara quase na boca.
Enquanto a canção acabava, ele enfiou os pés no chinelo e botou uma camiseta em cima dos ombros. Não esqueceu da carteira, que estava na mesa. Rápida, pôs o vestido, as sandálias e a bolsa nas mãos. Saíram. Olhou por segundos para o apartamento, fechou a porta e passou uma volta com a chave. Desceram pelo elevador. Atravessaram a rua, entraram no carro dela.
- Posso te perguntar uma coisa? Não fica bravo?
- Não fico. Fala.
- Qual é o seu nome mesmo?
2 comentários:
hahaha, adorei.
Rs. Lindo. Algo me diz que eles tomaram whisky na noite anterior...
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