Quando sai para dar uma volta em
Dusseldorf, fiquei pensando que poderia me envolver em alguma boa
roubada. Uma turma de malucos do leste me chamar para uma rave, ou
uma turma alemã me convidar para um reggae, ou no hostel, um grupo
de misturadas nações armar uma bagunça e eu estar no meio dela. Era
isso que queria enquanto escutava música brasileiro no fone de
ouvido e caminhava pela cidade, observando os prédios antigos
misturados com os modernos, todos com seus desenhos simples e limpos,
sobriamente alemão.
Cheguei até a Rheinturm, uma torre de
transmissão de TV de 168 metros de altura. Na sua base há um
relógio digital estranho, que dizem ser o maior do mundo. É
possível, entendo o relógio, saber a hora de quase qualquer ponto
da cidade. Andei pela beira do rio Reno e fiquei me lembrando das
aulas de história. O rio é um dos motores da Alemanha. Ali passam
milhões em produtos e materias vendidos e comprados pela maior
potência europeia. Vi muitas barcaças lotadas de carvão descendo e
subindo o rio. Metralhei o rio e os barcos e a beira e as pessoas de
fotos. Andei até o centro antigo de Dusseldorf, onde existe uma roda
gigante que à noite se ilumina. Achei bonita a área central,
repleta de gente, muitos turistas, pois era um domingo. Os
restaurante lotados. A fome apertou e comi um falafel com chá gelado
em uma banca com um grande narguilé na porta.
Já de noite, fui me perdendo até
chegar ao hostel novamente, as mãos geladas. Enrolei no quarto,
comi uma pizza no hall e fui dormir tarde.
No outro dia acordei meio tarde, o que
não estava nos planos. Após o café da manhã, não sei porque,
dormi de novo. Uma soneca curta, mas que me custou horas de luz do
dia para fotografar. Fui para rua e logo cheguei à beira do rio.
Dessa vez a atrevessei a ponte Rheinkniebrucke. Cheguei em parque em
uma curva do Reno. Um lugar que parece ser usado pela população e
também pelo rio, em momentos de cheia. Pessoas passeavam com seus
cães. Atrás do parque, uma série de casarões antigos, alguns mais
estreitos. Andei no meio daquele bairro, comprei pão e queijo e
chocolate em um pequeno mercado, tentando dizer pelo menos oi,
obrigado e tchau, em alemão.
Já escurecia e fiz as últimas imagens
com a máquina fotográfica e a filmadora. Atravessei de volta pela
Oberkasseler Brucke. De longe via a Rheinturm e seu imenso e estrenho
relógio. Parei algumas minutos na frente do Tonhalle Dusseldorf, uma
casa de espetáculos à beira do Reno, com uma grande abóbada. Pelo
centro da cidade antiga, fui caminhando de volta para o hostel.
Queria deixar tudo arrumado para acordar na madrugada e partir para o
aeroporto. Nada de bagunça, dias sobriamente alemães.
Um comentário:
Sehr gut!
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