Sai
de Bodhgaya pela manhã. Em um dos rickshaws malandros, dividi com
uma mulher. Ela foi uma das únicas indianas a puxar papo comigo,
tirando as comerciantes. Mas ela só falava hindi. Respondi tudo com
yes e sorrisos.
Cheguei em Gaya, que é feia e barulhenta. Para
piorar, era segunda-feira e parecia que todos estavam de mau humor
por isso. Entrei no clima e sobrou pro sujeito que tentou passar na
minha frente na fila da estação.
De
trem estava complicado. Fui atrás de um ônibus. Encontrei e achei
que tinha feito um bom negócio, pagando 480 rúpias por uma cabine
dupla. Horas depois, quando cheguei no ônibus, descobri que havia
comprado só dois acentos e que dois ainda eram mirrados pra mim e a
mochila.
Passei
o tempo num cyber café caro e cheio de moleque falando alto. No
almoço, um restaurante que usava o cardápio de um hotel que não vi
em lugar algum. Era a única parte em inglês. Tudo em hindi. Fui no
mix de vegetais, arroz e chapati. Melhor não inventar quando se vai
pegar um ônibus sem banheiro por 12h. O dono falava alto, mas não
dava para perceber se era bronca ou jeito. O local possui umas vinte
mesas, algumas todas em madeira, outras com tampo de pedra. Bancos ou
cadeiras de plástico. As paredes, metade marrom, metade creme. Um
cara cozinha num fogão instalado na frente do restaurante, já na
calçada. Mas acho que não faz parte do staff. Ventiladores velhos e
sujos, desligados, no teto. As pessoas comem rápido, com as mãos.
E mosquitos me enchendo o saco.
Acabo
de me alimentar e ainda fico enrolando com o livro. Está quente e
nao tenho para onde ir com a mala de 20kg. Decido ir para outro cyber
café pegar informações sobre Kolkata.
Às
17h, subi no ônibus e sentei ao lado da mochila. Poltronas 13 e 14.
Escutava Fussing and Fighting. Acenei para Gaya e dizendo que não
sentiria saudade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário