Puri
está no estado de Orissa, um dos mais pobres da India. É uma das
principais cidades sagradas do país, para onde vão os peregrinos.
Cidade de Jagarnath, uma forma de Krishna. Os principais templos são
fechados para turistas, descobri na marra, andando de um em um.
Então
fui para Konark, 35km ao norte. Lá está o templo do Sol. Entrei no
ônibus e não cabia no banco. O cobrador ainda do lado de fora
gritava: Konarê, Konarê!! E como não há pontos de parada
oficiais, ele vai gritando a viagem toda, pendurado na porta.
O
trem passou pela praia de Konark e minutos depois desci na entrada do
templo. Ao redor, lojas e berracas e resturantes, que cruzei
rapidamente, acompanhado por uma fila de estudantes que também
chegava para uma visita. Já dentro do complexo, dezenas de
estudantes sentados no chão escutavam alguém, que parecia dar um
sermão, de mircrofone em punho.
A
entrada é cara, 250 rúpias. Um indiano paga 10. É assim na maioria
dos templos indianos. O Templo do sol é dedicado ao deus Surya,
construído no século XIII. A maior parte do templo é feito de
Sandstone na arquitetura denominada Orissan. É considerado um dos
principais templos da India.
Suas
paredes, assim como Kajuraho, possuem esculturas eróticas. Mas o
templo principal é muito maior. São cerca de 30 metros, rodeado por
construções menores e um jardim simples, mas bem cuidado, onde
garças curiosas chegam perto dos visitantes, atrás de comida.
Quem
resolve não pagar, pode circular ao redor do templo, pelo muro.
Gastei algumas horas no lugar e tornei-me um possível empresário ao
conhecer um senhor indiano que festejou quando eu disse ser do
Brasil. “As relações comerciais entre India e Brasil estão muito
boas”, disse, me entregando um cartão.”Trabalho para um grupo
que movimentou mais de um bilhão de dólares no ano passado”,
reiterou.
Após
os negócios, no caminho para a saída, conheci um inglesa.
Dançarina, estuda e ensina dança clássica indiana. Ficará 6 meses
no país em aulas e festivais. Almoçamos, enquanto ela me explicava
as tradições e histórias da dança indiana e as dificuldades em
viver artisticamente em Londres. Também aproveitei para pegar uma
dicas sobre Varanasi, o próximo destino. Caminhamos até a praia,
pela beira da estrada que passa por um santuário ecológico. Percebi
que a melhor parte de Puri é Konark.
Com
preguiça de voltar andando e atrasado para o último ônibus para
voltar, pegamos um rickshaw. Nos despedimos e pulei no ônibus,
completamente lotado. Nos primeiros minutos, resmungava a cada parada
e tentativa o cobrador em enfiar mais gente no veículo. Aos poucos
entrei num transe e só acordei quando o motorista freou na parada
final. Andei rápido para o hotel, pelo caminho que já conhecia do
dia anterior.
Puri
é repleta de casarões antigos e empreendimentos comerciais
abandonados. A impressão é que por ser uma cidade de peregrinos,
tentou-se criar uma infra estrutura para receber ainda mais turistas,
mas por falta de projeto ou de turistas, tudo ficou pelo caminho.
Jantei, comprei água e frutas
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