segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Notas sobre o Carnaval

por Vilauba Herrera

Bahia

- Assistindo ao carnaval do nordeste, sábado, transmitido pela Bandeirantes, pude notar como os trios elétricos estão altos. Imaginei como está difícil para o pessoal da pipoca e até mesmo dos abadás, ver seus ídolos da axé music. E então, rapidamente, percebi o motivo do crescimento dos automóveis musicais. proximidade com os camarotes e com as câmeras de TV. Com a pouca variedade de canais, pois não tenho canal a cabo, fiquei um bom tempo vendo Daniela Mercury e Ivete Sangalo cantando e interagindo com as celebridades, os endinherados, os políticos e os apresentadores da Band, enquanto cantavam, é claro. Mas e o povaréu lá embaixo? Lembro que quando passei um carnaval em Salvador, acho que em 2002, os artistas faziam a festa com os foliões, os turistas do abadá (aquele pessoal que fica do lado de dentro da corda, com camisetas de cores chamativas e que não precisam se enturmar com os locais) e o pessoal da pipoca, os locais e mais alguns milhares de foliões animados, mas sem grana)

- A tese de que existe um movimento que pretende deixar os foliões do chão cada vez mais figurantes da festa foi confirmada hoje (05/02/08). Em matéria do Estadão, a chamada diz "Blocos abandonam circuito mais tradicional de Salvador". Na capital baiana existem dois circuitos carnavalescos. Um é o Campo Grande (Osmar), onde tudo começou. O outro é o Barra-Ondina (Dodô), que é menor, passa na orla de Salvador e ‘por isso, mais recheado de turistas-abadás. A matéria revela que o pioneiro no "abandono" ao Osmar foi o grupo Asa de Águia, que nos meus tempos de carnaval regado à axé music, era o grupo preferido dos paulistas viciados em abadás. A reportagem também avisa que o Chiclete com Banana, outro grupo tradicional, já prepara sua despedida do carnaval "baiano", para se dedicar totalmente ao circuito abadás-camarotes-Bandfolia e afins.

- Será que daqui a pouco, o carnaval baiano será como um especial do Robertão? Em um teatro fechado, com os maiores cantores de axé da face da terra cantando somente para os atores-modelos-políticos-e outros tipos de celebridades, escolhidas a dedo?

- Restará ao povão e até ao pessoal do abadá, reiventar um jeito de pular carnaval pelas ruas da capital baiana. Talvez assim, voltem a ser protagonistas do dito maior carnaval do mundo.

Rio

- E a proibição do carro sobre o Holocausto, da Viradouro? Até quando a justiça será conivente com o looby judeu , para que nada seja debatido e mostrado sobre parte de sua história. O tema (muito criativo) da escola de samba carioca para 2008 é o Arrepio, que de várias formas, pode atingir o homem. O carro alegórico exibia diversas escultura de corpos nus e mortos e um folião, fantasiado de Hitler, estaria também na alegoria. A escola rebateu a liminar, da juíza Juliana Kalichsztein (sobrenome judeu), e desfilou com o carro coberto por pano branco e com dezenas de pessoas com as bocas amordaçadas, simbolizando a falta de liberdade de expressão. Em seu despacho, a juíza declarou que o carnaval não é um espaço ideal para a discussão sobre "as bárbaries do holocausto".

- Talvez para a juíza Kalichsztein, carnaval seja somente época para cantar músicas com refrões de duplo sentido e usar pouca roupa.
Mas lembro que uma das escolas deste ano, fez um carro alegórico lembrando a zona norte do Rio, suas casas simples (favelas também), o trem entupido de gente e tudo mais...

- Juíza Kalichsztein, no carnaval pode-se discutir os problemas sociais enfrentados pelos milhões de brasileiros há anos, décadas, séculos?

- Isso me lembra o carnaval dos esfarrapados, de Joãozinho Trinta, ainda na Beija-Flor, no final da década de 80. Genial!!!!!



Um comentário:

Daniel Alcântara Domingues Fleming disse...

dadosinversos.com     diz:
nao conheço o carnaval dos esfarrapados
      dadosinversos.com     diz:
ficou amssa memo esse artigo ai
      dadosinversos.com     diz:
o carlinhos brown ja peito a galaera pedindo a extinção das cordas no blocos
      dadosinversos.com     diz:
issod a ate nojo desse carnaval
Moreno - diz:
Sim, piora a cada dia
      dadosinversos.com     diz:
a proibição doc arro do holocausto tbem pe um burrice
      dadosinversos.com     diz:
o carnaval é misturar as dores com prazer
Moreno - diz:
é um retrocesso
      dadosinversos.com     diz:
e sem essa liberdade ficamos limitados ao simples prazer visual das gostosas
      dadosinversos.com     diz:
e nenhuma dor de relembrar o passado