quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Gun Street Girl

por Vilauba Herrera

Derrubou a agulha, que gemeu alto, antes de começar a cantar. - Nunca coloquei esse disco, sussurrou para si mesmo, enquanto ela procurava mais um cigarro na bolsa surrada, em cima do sofá. "Falling James in the Tahoe mud / Stick around to tell us all the tale...", a voz rouca começava a dominar o quarto pequeno e escuro.

O vestido era preto com detalhes verdes e vermelhos. Era isso que via, além do sorriso que lhe preenchia a alma. - Não acredito que você tem três discos iguais e nunca escutou, questionou com a voz fraca, soltando fumaça.

Cadenciada, a batida afastou o tédio daquele instante. Levantou rapidamente, e com o braço, esbarrou na revista velha, que caiu, aberta, no chão de tacos empoeirados. - Porra, sou um desastre, mesmo.

- Relaxa, já era. Essa música é estranha. - Mudou de assunto, sorriso de canto, boca fechada.
"He got all liquored up on that road house corn / Blew a hole in the hood of a yellow Corvette..."
Achou a lâmina, embaixo da vitrola. Estava lá há meses. Prometeu nunca mais usá-la. Arranhou a mesa, fez desenhos, fingindo saber cantar a melodia inédita.

"I said John, John, he's long gone / Gone to Indiana, ain't never coming home..."
- Não tenho me lembrado muito das coisas que fizemos juntos. Por que as pessoas guardam tantos restos? Gostamos das feridas, você não acha?
Escutou, mas com os olhos no vinil. Um pedaço de cigarro entre os dedos, cinzas em sua coxa nua.

- Vamos dormir?
- Amanhã preciso acordar daqui a pouco. - E riu.
Abraçaram-se, ele beijou o alto de sua cabeça, com cheiro de shampoo. Ela afagou suas costas. Suspiraram.
- Boa noite, disseram juntos.

Esperou ele deitar na cama sem lençol. Ainda esticou o olhar para ver a porta fechando. O dia começava. Enfiou as mãos pequenas nos bolsos curtos e caminhou, com a cabeça baixa.
"Banging on the table with an old tin cup / Sing I'll never kiss a Gun Street girl again..."

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Showman

por Vilauba Herrera

Sessão retrospectiva

O melhor show do ano
Baba - ao vivo em Franca

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Ranking

por Vilauba Ferreira

1º - Kaká, eleito o melhor jogador de futebol pela FIFA
1ª - Marta, eleita a melhor jogadora de futebol pela FIFA
1º - Giba, eleito o melhor jogador da Copa do Mundo de vôlei pela FIVB
...

74º - Brasil, no ranking mundial que mostra a igualdade entre homens e mulheres na sociedade, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial

71º - Brasil, no ranking mundial de educação, feito pela Unesco

84º - Brasil, Ranking mundial de liberdade de imprensa, divulgada pela organização Repórteres sem Fronteiras

70º - Brasil, no ranking do Índice de desenvolvimento humano (IDH) feito peloPrograma das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD)

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Ser calmo...citeno


por Vilauba Herrera


O sol socou-lhe a cara, depois das 12 horas
Acordou flácido e com o queixo dolorido
Para não pregar os olhos, tomou um comprimido
Gole de vinho avinagrado para acelerar a melhora


Dizia que não existe bom dia pela manhã
A raiva quente ao bocejar, que lhe domina
Cuidava com banho frio e aquela dose de Ritalina
Já no metrô, se acalmava com um drops Diazepan


Baldeação, tumulto e correria até o final
descia louco, xingava todos, "Vão pra puta que pariu!"
Entrava na primeira lanchonete, "Me arranja um Rivotril"


O dia passava soturno, não olhava pela janela
Procurava alguém, inconformado, louco por um revide
Mas só encontrava o caos que almejava, dentro de um Dualid

Futebol e Política

por Lucas Marchesini

Uma pesquisa interessante a ser feita pelo IBOPE, Datafolha ou IBGE seria a seguinte: Quanto por cento da população brasileira sabe que Renan foi absolvido hoje em um segundo processo de cassação? E quantos brasileiros sabem sobre o mensalão tucano? Finalmente, quantos dos entrevistados ouviram sobre o rebaixamento do Corinthians?

Praticamente todos saberiam que o segundo clube mais popular do Brasil foi para a segunda divisão nacional. Claro, a Globo fez uma grande reportagem e falou disso até no fantástico. A segunda absolvição do ex-presidente do senado não teve e não terá essa cobertura. Muito menos o mensalão tucano que já até fez ministro renunciar (Walfrido Mares Guias, relações Institucionais).

Os veículos de comunicação diriam que elas são vitimas do capitalismo. Procuram o lucro e o lucro vem com o ibope para televisões,em tiragem para jornais, etc... logo eles devem falar sobre o que o publico quer ouvir. E o Brasil é o país do futebol, logo a equação é simples. O público diria simplesmente que não sabia por que os meios de comunicação não abordaram o tema, logo eles não tinham acesso à informação.

Nesse círculo vicioso o povo continua adormecido, a maioria dos veículos de comunicação alienantes, o Corinthians na segunda divisão, os políticos corruptos impunes e o Brasil na merda.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Jornalirismo 4


por Vilauba Herrera

Pintor é morto por causa do cão
Torcida enfurecida mata mais um
notícia propícia para o desjejum
o time perdeu, mas só um era vilão


Deixo o periódico ao lado, no gole de café
Na B-1, adolescente morto por um CD
viro a página, óbitos escrito com Z
Disco copiado, uma banda de arrasta-pé


Já faz tempo que assasinato virou uma rotina
Será mais uma absorção da cultura pop?
Ou apenas uma moda que fascina

Na capa de domingo está a foto da quadrilha
algemados, desdentados e sem camisa
Na manchete, o chefe, alto escalão de Brasília

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Qualquer troco, 20

por Vilauba Herrera


Agulha no ponto, esquenta uma água. Bota a cabeça para observar.
Fica entre as idéias e o pé dos sonhos, é só não desesperar.

Atente para os detalhes.

Aqueles muitos que nossa preguiça não nos deixa encostar.


Contra-tu

por Vilauba Herrera

Tava trabalhando quando travei.
Foi um tanto de dente para lá.
Um tanto, que de tonto e de
tédio eu não partia.

Trouxe tudo a todo custo.
Nem te deixei tranquilizar

Tossi troças, patas, cacos,
latas, ratos, até que atacado,
senti.

Trata agora de trotar para frente.
Não te transforma em tarde e mente.

Toda trama tem sua toada.
Mete a testa na tela, aponta
para outra rota e toma conta
da teia.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Transporte público é uma piada


por Vilauba Herrera


A notícia não é nova, mas problemas velhos continuam problemas.


O prefeito Gilberto kassab (DEM), eleito pelo....PSDB, aprovou a lei que estampa diversas marcas de grandes corporações, com sorrisos brancos de globais e modelos peitudas e musculosos.

Pela concessão do espaço, "o governo estima que possa arrecadar até R$ 150 milhões por ano", diz matéria da Folha de S.Paulo, que emenda, "Kassab afirmou que o dinheiro será usado para começar a enterrar fios e cabos."


Mas por que Kassab não coloca outra coisa no ponto de ônibus. As linhas que passam no local e seus respectivos horários.


Por que Kassab, que chamou um de vagabundo, na frente das câmeras, não peita os empresários do transporte?? Pode ser em reunião fechada, mesmo. Exige que os caras cumpram o horário, que os ônibus tenham conforto, que os motoristas não corram, que repassem os lucros aos funcionários das viações.....


Enterrar fios e cabos é fácil. Eu quero ver é enterrar os desmandos e a falta de caráter desses comerciantes, que agora querem, com a aprovação da prefeitura, diminuir o número de bancos nos ônibus. A população vai pagar R$ 2,30 para ficar em pé durante 1h, espremidos, até chegar aos seus trabalhos.


Ah, mas tem o bilhete único...

sábado, 24 de novembro de 2007

Moda da novela não muda

por Vilauba Herrera

Admito, já fui um noveleiro. Acompanhava as peripécias nada criativas dos heróis, apesar de preferir os coadjuvantes engraçados, meio amalucados. Mas faz alguns anos que estou "limpo". larguei essa vida. E mais, passei a ser um militante faminto por justiça. Morte às novelas, o ópio do povo.

E uma das coisas que mais me deixa com vontade de quebrar a televisão são as chamadas tendências que as produções novelísticas criam. Se não me engano, lembro de uma novela. Já não assistia, mas fugir de rodinhas que conversam sobre o tema é utopia. Voltando. Lembro de uma novela em que a atriz Cláudia Abreu interpretava uma mulher que sempre estava com vestidos. Sempre!!! vestidos das mais variadas cores, bordados, tamanhos, sei lá. Mas ela só usava vestido.

Pronto. Virou moda. O comércio de vestidos aumentou 30%, os donos de shoppings, os lojistas pulavam de alegria, davam entrevista, iam aos programas mostrar as novas coleções. As revistas de corte e costura publicavam: "Com apenas R$20, faça um vestido igual ao de fulana (a Cláudia Abreu)."

Me recordo também da moda lançada por Reynaldo Gianechinni. Em seu primeiro papel na TV, não lembro em qual novela, o modelo/ator usava um penteado que revolucionou a cabeça dos brasileiros, mesmo os que não tinham/têm o cabelo minimamente parecido com o de Giane.

Até hoje, o cabelinho penteado para frente, com um topete fingindo que é sem querer, domina a cabeça da população nacional. isso já faz alguns anos. Acho que veio para ficar.

Na última novela das 8, "Paraíso Tropical", a estupenda Camila Pitanga foi Bebel, puta ao estilo Júlia Roberts, em "Uma linda mulher". A morena causou comoção nos homens e nas mulheres, com suas roupas sensuais. As lojas pipocaram. Luciana Gimenez, da outra emissora, levou uma dúzia de estilistas que desenhavam a roupa que Bebel desfilava pelas ruas da zona sul.

Agora, a moda é pole dance, que foi trazida para o mundo global pela atriz Flávia Alessandra, eleita a nova Bebel, mas na novela Duas Caras, que substituiu "Patropi". Pole dance é aquela dança que as strippers fazem naquela barra de metal.

A moda já pegou. Após Flávia Alessandra exibir tudo que aprendeu com sua professora alexandra Valença, anônimas desse nosso Brasil já abandonaram as academias e as aulas de bolero, para aprender a arte da dança sensual e até reconquistar seus maridos e amantes.

Tudo muito bacana. Mas a pergunta que fica é? Quando uma novela vai lançar a moda de não jogar lixo pelas ruas? Quando a Suzana Vieira vai ser modelo para aquelas mulheres que se recusam a deixar a merda de seus cachorros pelas vias públicas? Quando veremos uma matéria no site do G1, informando que devido ao herói da novela das 8, as pessoas deixaram de furar filas nos bancos, no metrô, passaram a ler um livro por mês...etc

Não se esqueçam que as redes de televisão são concessões. Elas devem satisfação a nós, ao estado. Temos o direito e o dever de fiscalizar o que essas empresas colocam nas caixas quadradas hipnotizantes. Esse papo de "se não quiser ver, mude de canal, ou desligue a TV", é no mínimo tendencioso e apavorante.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Jornalirismo 3

Por Vilauba Herrera

Menina de 15 anos fica presa um mês em cela masculina
Bolsa do Japão sofre queda de 0,25% e desmonta Bovespa
Madeleine não está no Marrocos, avisa polícia londrina
Baguete com diamanantes é a novidade do planeta

Filha de Madonna pode trabalhar em comédia pastelão
Renan renova licença e avisa que volta no carnaval
Trânsito de 250km pára São Paulo antes do feriadão
Na Cashemira, 10mil morrem com terremoto e vendaval

Enquanto isso, Willian Bonner e Fátima Bernardes mostram sua nova casa
Boninho ensina como arremessar ovos pela sacada de Ipanema
Glória Maria vira capa de revista, enquanto a notícia fica guardada

No país, onde a informação é controlada por Bispo e empresário
Big Brother é revolução, Veja e novela determinam o valor do capital
Trabalhador vira deliquente e artista de propaganda, herói nacional

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Troféu Cara de Pau

por Vilauba Herrera

O troféu vai para o deputado Paulo Maluf, do Partido Progressista. O imortal e personagem histórico da política brasileira, demonstra que é um gênio do marketing próprio.

Em anúncio do seu partido, que reúne a nata da direita decadente e agressiva das terras tupiniquins, Maluf declara que a descoberta do campo de petróleo Tupi, pelo governo brasileiro, já tinha sido feita por ele, no fim da década de 70, quando era governador biônico de São Paulo.

Em 1979, Maluf e seu governo, apoiado pela ditadura, criou o consórcio Paulipetro para explorar petróleo no Estado. Mas o político não avisa que a Paulipetro, que causou um rombo nas contas do estado, abriu diversos buracos, na tentativa de encontrar "texas tea", no interior de São Paulo, e não lá no meio do mar, na bacia de Santos.

Senhor Paulo Maluf, o senhor está faltando com a verdade!!!!!!!! (Há uns 40 anos!!)

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Jornalirismo 2

por Vilauba Herrera

(das antigas)

Por favor, me digam onde é o buraco
que eu pulo e acabo com isso, emplaco
Apuro esquema, qualquer problema, ataco
Piso na lama de sapato branco, cato cavaco

Por favor, vou para a jaula dos leões, desatraco
Aguento tonelada, toco, chato e cheiro de sovaco
Ligo para Deus, Rá. Deixo recado até para rei polaco
Vou para a área, volto. Visado, me transformo em velhaco

Mas quando chega a hora do fechamento derradeiro
E vem o desespero, troco tudo, chamo o frei de cachaceiro
Idéias se escondem nas gavetas, inspiração cai do desfiladeiro

E preencho os espaços brancos entre mil cores de uma propaganda
A notícia legendada fica ali, tímida, ao lado de um duplex com varanda
E no bar em frente, xingo a verdade pra mostrar quem é que manda

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Baseado em fatos reais

por Vilauba Herrera

Academia, 11h da manhã, terça-feira. Lamentava por não ter trazido o tocador de música, companheiro das caminhadas por São Paulo. Música de academia é de doer. Carregava uma anilha (aqueles pesos em formato redondo), quando passei a lamentar o fato de a dance music que estalava nas caixas de som, não estalar mais, naquele momento.

O papo começou assim:

- Cara, abriram uma nova Bio ritmo, ali na (rua) Cerro Corá. Ela está linda, meu!!!!, disse um que carregava alguns pesos nos braços.
- Po, a Bio ritmo é demais, mesmo. mas nenhuma supera a Runner!!!
- É mesmo, a Runner é foda. O Souza do São Paulo (FC), vai lá só para jogar Futevôlei. O negócio é um clube.

Essa foi a introdução. Continua.

- Eu fiz a prova para entrar lá na Runner. Putz, foi difícil. Tirei 10 na prova prática. Precisava de 7 na teórica. Mas tirei 6. cara, a prova é tão difícil, que tinha até duas perguntas de conhecimentos gerais.
- É mesmo? Quais eram? Perguntou o terceiro integrante da cena.
- Uma perguntava quais eram os estados do centro-oeste. É Goiânia, Mato Grosso e Tocantins, né?
- É, acho que é sim. E qual era a outra?
- Era sobre o Renan Celheiros, sei lá o nome do cara. Perguntava de qual cargo ele tinha sido afastado. Você sabe?
- Da presidência da Câmara, né.
- Então, complicado, tem que estar ligado nas coisas, ler jornal. Eu, às vezes, vejo na TV alguma coisa.
- Ah, eu tenho que saber dessas coisas, por que sou advogado, né? Minha profissão.

...

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Bradesco lucra, mas desconta

por Vilauba Herrera

E o Bradesco, maior instituição privada do Brasil, apresentou seus lucros entre janeiro a setembro de 2007. A bagatela de R$ 5,817 bilhões. Um crescimento de 73,6% em relação ao ano passado. De acordo com o Sindicato dos Bancários do Estado de São Paulo, o motivo do salto nas contas da empresa, foi o aumento da carteira de crédito. Mais 27% em relação a 2006.
Isso quer dizer que enquanto você se endivida para financiar o seu Palio 1000, o Banco Brasileiro de Descontos, fundado em 1943, na cidade de Marília, vai enchendo os bolsos.

"O aumento do lucro do banco é reflexo do empenho e da dedicação dos funcionários que têm se desdobrado para superar o sufoco nas agências e departamentos decorrente das condições inadequadas de trabalho e da falta de pessoal", diz, no site do Sindicato, a secretária-geral Juvandia Moreira.

A afirmação de Juvandia condiz com o que vejo na "firma" onde trabalho. Parceira do Bradesco, a empresa possui uma pequena agência em suas dependências. Quem trabalha lá, com carteira assinada, é obrigado a ter uma conta no Banco dos Descontos.

A agência está sempre cheia. Muitos funcionários organizando suas vidas; empréstimos, financiamentos, planos de previdência e o escambau.

Mas quando a agência esvazia, o Bradescão não pára. Rapidamente, como se estivessem passaeando e revendo amigos e colegas de trabalho, funcionários (as) do banco adentram as salas para bater papo e... oferecer "mais um empréstimo com juros baixos", "Ei, não é você que fez um empréstimo comigo mês passado, não quer fazer outro?" e sorri, alegre, enquanto um funcionário envergonhado responde com uma esticada de lábios. São os planos e metas da empresa. Quem conseguir mais reféns, ops, clientes, leva no final do mês. É uma empresa justa.

Mas não é bem assim. "Os bancários merecem ser valorizados por todo esse esforço, com o Bradesco atendendo às reivindicações específicas que encaminhamos à empresa, como o auxílio-educação aos funcionários". Sim, a secretária-geral do Sindicato revela. O Bradesco e seus mais de R$ 5 bilhões, não dá apoio financeiro aos seus funcionários para que paguem a educação dos filhos.

O Banco dos Descontos, ao invés de investir na educação, prefere gastar um caraminguá no programa estorno zero. Esse sistema ameaça os caixas que erram nas operações, de demissão.

Sim, o banco não paga o ensino, mas pune quem erra, talvez pela falta de ensino. E assim , o Bradesco vai descontando em seus clientes e funcionários, enquanto goza os frutos de um trabalho voltado ao desenvolvimento do país.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Verso

por Vilauba Herrera

perdido em uma folha de papel
caminhou até a borda, o abismo
Olhou para baixo, para os lados
não teve vergonha, rabiscou o céu

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Brasil na Bolsa

Por Vilauba Herrera
Agora vai. A grande mídia comemora. A Bolsa de São Paulo foi a única da América Latina que conseguiu se recuperar, após a crise que "abalou Dow Jones", desde julho último.
Fiquei estupefato, já que com essa recuperação, meu gordo salário foi melhorado ainda mais. Soube também que os indíces positivos na Bovespa fizeram três favelas próximas ao centro da capital paulista, acabar. Se tornaram bairros de classe média, com vasos sanitários, água encanada, multishow e Telecine para todos. Isso assim, de três meses para cá.
Enquanto na Argentina, a Merval (Bolsa de lá), não atingiu os patamares mínimos. Assim, os hermanos continuam olhando para cima para nos ver. Ainda bem, né? Aqui quem manda é a gente. O México, que vem tentando tirar nossa posto de primeiro capanga do Tio Sam na América Latina, viu sua bolsa quase chegar, mas não deu. O título é nosso. Vamos comemorar!!! Eu sou brasileiro com muito orgulho e muito amor!!!!!!! Ahe Brasil!!!!!!!!!

domingo, 5 de agosto de 2007

"Vão brincar na p..." - um conto popular


Adaptação Vilauba Herrera

Em uma redação de um jornal, os direitos trabalhistas eram mais maleáveis que uma folha de papel e os funcionários viviam sob o mal-humor e frustrações da chefia.

Era um dia comum, os funcionários produziam. Computadores ligados. Bocejos, televisões ligadas em diferentes canais produziam um zumbido estranho, mas comum naquele ambiente de silêncio extinto.

Era para ser uma noite comum. Porém, em meio a rotina entediante, sacrificante daquele lugar, uma simples brincadeira poderia causar risadas tranquilizadores para alguns, como também choros raivosos e extravagantes em outros. E foi isso que aconteceu.

Gritos de um lado, gargalhadas contidas em outro, soluços, correria, ameaças. Até a periodicidade do jornal foi posta em xeque, devido aquela pequena peça armada para deixar o ambiente mais agradável.

Mas a balbúrdia não seria tolerada.
A cúpula reuniu-se na sala principal. Gestos exaltados, mãos na cabeça, risos contidos, sinais de negação, fim. A decisão estava tomada. Editores foram chamados e entraram aos poucos na pequena sala da direção.

- Entrem.

Todos estavam calados, cabeças abaixadas, olhando para dois dos chefes do Periódico. O esporro começou, sem meias palavras. A dupla-chefe revezava-se nas palavras.

Cicrano - Aqui nao é lugar de brincadeira.
Fulano - Sim, acabou a graça, agora é só na seriedade.
Cicrano - É.
Cicrano - Quer brincar, vão brincar na puta que pariu...
Cicrano - Aqui não.
Fulano - Sim, quer ir para a puta que pariu brincar, use suas férias para isso...
Fulano - AQUI Não!!!
Cicrano - Quer ir pra puta que pariu brincar, use as folgas que nós não damos a vocês.
Fulano - Quer ir para a puta que pariu brincar, use seu salário. Aqui nós só bancamos para vocês se foderem. Se foder sim, ir para a puta que pariu, daí não.
Cicrano - Só pode ir pra puta que pariu se não for pra brincar...
Cicrano - Vai só se for pra se foder.
Fulano - Para se foder, nós damos uma requisição até, mas tem que ir com fotógrafo!!
Cicrano - Porque vocês sao abusados até na hora de se foder...
Cicrano - Usam as requisições pra ir em outros lugares, tipo pra puta que pariu.
Fulano - Isso é um absurdo, Se foder é coisa séria, ir para a puta que o pariu, não.
Cicrano - Ir pra puta que pariu é coisa de quem so quer saber de brincar...
Cicrano - E eu ja falei que aqui nao é lugar de brincar...
Cicrano - Só se for de boneca.

Obs: A história toda parece absurda, não, ela é absurda. Mas é baseada em fatos reais ( e surreais, diziam alguns contemporâneos do ocorrido)

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Estamos seguros, fiquem tranquilos



Por Vilauba Herrera

E o site sensacionalista G1, da multiimperial Globo, anuncia: 300 homens ocupam a Rocinha desde a manhã desta quinta-feira, 2/8/07. De acordo com informações da própria "corporação" (eles gostam de usar este nome, é forte), seis pessoas foram presas e 20, vejam só, 20 motos foram apreendidas. Ah, maconha e armas também.


Vamos aos criminosos:
de acordo com o site, o primeiro detido é chamado de TH e já foi para o xilindró por tráfico de drogas. O segundo meliante afirmou, no momento do enquadro, que não é marginal. Não interessa, pelo menos para o site e pela polícia. Foi preso e acabou. Quem tem que provar que não é bandido é ele.


O terceiro, dizem que é irmão de um traficante. Claro, quem é irmão de traficante, traficante é, não é mesmo? Será que ele tinha dólares na cueca, ou será que fazia ameaças usando o nome do irmão?


O quarto safardana estava em uma moto roubada. E ele declarou, "Se eu soubesse que a moto era roubada, não passaria no meio da batida." Perdeu, mermão, já era, foi para a gaiola.


O quinto estava com rádio transmissores, armas de destruição em massa. O sexto é acusado pela tropa de ser o chefe da quadrilha de ladrões de motos. Boa, cortaram o mal pela raiz.


Ufa, nossa força policial está nas ruas, podemos ficar tranquilos.

domingo, 29 de julho de 2007

Rebeldia Nacional


Por Vilauba Herrera


No dia 26 deste mês, três dias atrás, Cuba comemorou o dia da Rebeldia Nacional.
Quando soube disso, me assustei. Como o país que mais enraivece os Estados Unidos, pode comemorar uma data com essa palavra, rebeldia.


Será que não tem medo de tomar bombas na cabeça. Uma nova invasão dos porcos na baía.
A comemoração da Rebeldia Nacional é uma homenagem ao ataque ao Quartel Moncada, em julho de 1953.


A operação foi liderada por Fidel e Raúl Castro e é considerada a primeira ação armada da guerrilha contra a ditadura de Fulgencio Batista.


A imprensa lembra (com mais ênfase) que a data marca também, a última aparição de Fidel, como presidente da ilha.


Não daremos bola para isso. Fidel é representante fundamental e líder nato. Mas o importante é que a rebeldia continua em Cuba. E é isso que ele quer.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Antropofagia da Democracia

Por men3skptus

Ontem comi um anteprojeto de lei
Saboroso e indigesto como a democracia
Farei um lobby estomacal pela autarquia
Para limpar minha boca nas barbas do rei

Aguardo, sorrateiro, o desjejum da burocracia
Para falar livremente com demagogia
Só me calo com o guardanapo executivo
E os processos lavatórios do legislativo

Uma máquina de lavar processos relativos
Limpa o fim de semana de recessos retroativos
Na Piscina, os trampolins de falcatruas eleitorais.
Esqueçam os dias de cão, só lembrem dos carnavais!

Ao digerir informações sem freios
Perco o controle dos fins e dos meios
Em um penico de ética desigual
Defeco um projeto inconstitucional

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Poema Fonema

Por Vilauba Herrera

Não fazia parte do esquema.
Seu lema era um dilema.
Amava Helena, que era plena.
Mas e Jurema com cheiro de alfazema?
Resolveu por fim no coração com força extrema.
Enforcou Helena, esfaqueou Jurema.
Trabalho feito no dia. De noite, pegou cinema.
Semana depois, bateu a culpa. Sem saída,
entregou-se à Justiça, abraçou a algema.
No julgamento não teve chance e perdeu
o lance com a corte suprema.
Fora do sistema. 15 anos de cela, daquelas
que não falta gente que esprema.
Em um pedaço gasto de papel
desenhou uma trema.
Ia contar uma história de paixão,
chavão para o seu velho tema.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Ensino Virtual

Por Vilauba Herrera

A novidade das universidades brasileiras é o quase velho Second Life, a comunidade virtual, em que as pessoas tentam ser o que não conseguem aqui. Tradicionais e não tradicionais academias abriram suas sedes no mundo "internético": Mackenzie, Anhembi-Morumbi são as pioneiras.
Nada estranho, já que estas Universidades são particulares e, pelo menos, na superfície, gozam de boa renda e lucros exorbitantes, com suas gordas mensalidades. A faculdade presbiteriana, por exemplo, não pára de ampliar seus tentáculos. A sede está localizada em um quarteirão de Higienópolis, mas já está também na rua da Consolação.

Mas ai que vem a piada. A Universidade de São Paulo, a celebrada USP, recém saída de uma grande crise, que culminou em ocupação por estudantes, greve e o escambau, também pretende ter sua sede no Second Life.

Engraçado, né? A maior universidade da América Latina está sucateada por anos de Governo FHC/LULA , mas pretende realizar ensino à distância pela comunidade virtual. Será que lá os professores receberão aumento? Os laboratórios serão de última geração? Os alunos vão matar as aulas jogando Fifa Soccer?

A PUC São Paulo, inundada por dívidas que acarretou uma série de demissões de professores também vai para o Second Life. Ah, e eles prometem corrigir as lições na mesma hora. Que beleza, heim?

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Segue a história...

por Vilauba Herrera

Morreu mais um safardana
Que por anos dominou
Passou muitos dias na cama
e nunca mais voltou

A comemoração foi discreta
parecido com uma eleição indireta
que um dia ele organizou

Seus sócios anunciaram tristes
o fim de mais uma gestão
Enalteceram a pessoa
o político, herói e cidadão

Quando a festa começava, porém
um aviso chegou ao país, do além
para acabar com toda a confusão

Antes de bater as botas, o coronel astuto
deixou em testamento seu ar impoluto
e escalou seu filho para seguir na missão

Novo som dos químicos


por Vilauba Herrera


We are the night é um disco urbano. Mas The chemical brothers não dedica-se apenas aos suados amantes dos clubes noturnos e suas luzes estroboscópicas e bate-estacas alucinantes. O convite a noite já está na capa do álbum azulado, que te olha. Mas não é só isso...


No sexto álbum da dupla, os ingleses Tom Rowlands e Ed Simons utilizam linguagem retrô para oferecer uma nova série de experiências sonoras para a cena eletrônica.


Em "We are...", os ingleses, pioneiros do big beat diminuíram o peso e a velocidade de suas batidas, que marcaram o grupo desde Exit Planet Dust (1995), primeira produção com o nome The Chemical Brothers.


Em seu lugar, Rowlands e Simons esbanjam psicodelia com hip hop, rock inglês com electro house. No meio de tudo isso, muitas distorções, sintetizadores, teclados, e vozes magnéticas. É um disco de barulhinhos, frases e experimentos muito bem pensados.


Aos que desconfiam do novo som químico; Das Spiegel, Battle Scars, Do it again...

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Novas versões

por Vilauba Herrera


Imagens do circuito de câmeras do aeroporto de Congonhas, cedidos a Globo (sempre ela), mostram que o Airbus A-320, da TAM aterrissou na pista acima da velocidade. O presidente da Infraero, José Carlos Pereira, garantiu que a pista sem grooving não foi culpada pelo maior acidente aéreo do planeta dos últimos cinco anos.

Erro do piloto, ou falha da máquina, os motivos não anulam as críticas e opiniões do comentário feito ontem.
Aguardaremos as investigações. Como estamos aguardando até hoje, a conclusão do caso Gol.

O governo está com medo de ser acusado exclusivamente pelo acidente. Alguma culpa ele já sabe que possui.

ps: Por que a caixa preta do avião será analisada nos EUA, se os pilotos falavam português?

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Não falta só grooving

por Vilauba Herrera

"Mesmo sem ter o grooving, a pista poderá operar normalmente. O grooving começa a ser feito em 30 dias no período da madrugada, para não prejudicar a operação. Para fazer ranhuras, é preciso esperar o tempo de cura do pavimento. Isso já estava previsto no cornograma e já foi acordado com o Ministério Público", disse o superintendente da regional sudeste da Infraero, Edgar Brandão Filho, no dia 29/6/07.

No dia 16/7/07, uma avião da companhia Pantanal, derrapou na pista principal e sem grooving do Aeroporto de Congonhas.

Os ginásios, arenas e estádios do Pan-Americano do Rio de Janeiro continuam cheios. Dizem que é um sucesso de público. Por que eles são brasileiros com muito orgulho e com muito amor.
Hoje, dia 18/7/07, um dia após o maior desastre aéreo do país, as homenagens são feitas com pedaços de pano preto amarrados aos uniformes amarelos. A bandeira da pátria ferida também está de luto. Mas quando a câmera da globo te fima, enquanto boceja na partida de softbol, você grita, pula, faz caras e caretas e manda beijos para sua família e amigos, ao melhor estilo BBB.

Quando a Justiça proibiu pousos e decolagens de alguns modelos de avião, em Congonhas, entre janeiro e fevereiro deste ano, as empresas aéreas (TAM, Gol, Ocean Air ...) forçaram o fim da liminar, para não perder clientes e os lucros.

Quando a pista principal de Congonhas foi interditada para reformas, a imprensa preferiu manter uma cobertura high society e deu enfoque nas filas e atrasos causados pelas obras na pista do aeroporto mais movimentado do Brasil.

Em nenhum momento, a grande imprensa procurou mostrar algum especialista para que ele explicasse a importância de um trabalho bem feito nas pistas de Congonhas. A cobertura foi feita para mostrar a revolta da classe média e da elite brasileira, nervosa por ter que esperar horas para viajar ao nordeste, ou passar férias em Paris.

A Infraero gastou cerca de R$ 189 milhões na reforma do aeroporto de Congonhas, que agora possui muito mais vagas para os carros, mais salas de embarque e desembarque e conforto para os usuários. A reforma foi feita em meio a discussão sobre a possibilidade de tirar o aeroporto da área central da cidade. Custaria mais mesmo.

O presidente Lula pediu uma investigação rigorosa e rápida para saber as causas do acidente com o Airbus A 320 da TAM. Não me lembro de Lula ter pedido rigor na reforma das pistas do aeroporto. Nenhuma medida concreta foi tomada desde o acidente com o avião da Gol, no fim do ano passado. Na verdade, os problemas foram desmascarados com aquela tragédia.

Lula mantém a cultura brasileira de só resolver o problema, quando a tragédia acontece. Nessa questão, nem após os acidentes, ele resolveu. Lula não consegue manter o país da mesma forma que pegou. Mas gaba-se por ter aumentado o poder de compra dos cidadãos. Poder entrar em crediários mais vezes não transforma um país para melhor. Os banqueiros (corruptos), empresários (corruptos), políticos (corruptos) sabem disso e comemoram.

Os estádios de futebol não enchem mais. O carnaval daqui a pouco perde a graça. A classe média um dia deixa de ser média e vai para as ruas junto com o povo, que também deixará de ser médio.

Não será para comemorar...

sábado, 14 de julho de 2007

Relações preguiçosas e perigosas

Vilauba Herrera

Por preguiça ou imposição a imprensa insiste em criar fatos e associá-los a quem não concorda com ela, ou não dá bola para seus editorias. Na sexta-feira, dia 13 de julho, os Racionais Mc´s fizeram um show em uma casa noturna da zona Oeste da capital paulista.
Não entro em detalhes sobre o show. O quarteto mostrou profissionalismo e qualidade diante de um público estranho, que pagou R$ 60 para assisti-los.
Tudo normal, até a imprensa manifestar-se sobre o evento. No site G1, da Globo, uma matéria afirma, corretamente, que não houve incidentes durante o show dos Racionais. Porém, no mesmo parágrafo, a matéria desfere: "...o grupo de rap Racionais MC’s deixou definitivamente para trás o quebra-quebra armado em seu último grande show, há dois meses, na Praça da Sé."
O show não era dos Racionais, mas sim a Virada Cultural, projeto da Prefeitura, que contou com diversas apresentações pela cidade. A confusão começou antes do grupo subir no palco.
Quem esteve lá, sabe disso. Quem esteve lá sabe que a Globo tentou, usando uma menina ex-viciada em crack, como boi de piranha, falar com Mano Brown. Não teve sucesso.
Quem trabalha ou lê veículos populares sabe que para chamar atenção do público, relações "criativas" são inventadas.

sábado, 7 de julho de 2007

Live Earth revolucionário?

por Vilauba Herrera

Sábado, dia 7 de julho (7) de 2007. Em diversas capitais do mundo, centenas de artistas e estrelas da música fazem shows para o evento chamado Live Earth. Segundo seus organizadores, entre eles, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, as apresentações têm o objetivo de promover a conscientização sobre o aquecimento global.

Al Gore tem feito sucesso em sua "luta" contra a poluição. Mas admitiu, no início do ano, que em sua mansão no Tenesse, gasta-se mais luz em um mês, do que a média anual dos norte-americanos.

O sucesso é tanto, que o influente político, ganhador de um Oscar, conseguiu reunir uma quantidade inigualável de celebridades da música pop para cantar em prol da ecologia.
Madonna, Linkin Park, Black Eye Peas, Shakira, Snoop Dog, Lenny Kravitz e até a Xuxa, cantaram para pedir ao povo que apague a luz ao sair da sala, desligue a torradeira depois de esquentar o pão e não deixe o carregador do celular na tomada o dia todo.

Ele conseguiu também o patrocínio da Pepsi, da MSN (Bill Gates) e da ambientalista fabrica de automóveis, DaimlerChrysler, que já esteve entre os 10 maiores contaminadores de água no Brasil.

Com tanta influência. Me pergunto por que Al Gore, o líder ecológico do momento, não conseguiu fazer Bush Junior assinar o protocolo de Kioto. Também poderia ter feito uma força para que os oito maiores poluidores do mundo realmente diminuissem as emissões de gases de efeito estufa, e não aceitassem somente em "investir em tecnologias limpas".

Também não escutei até agora, ninguém falando em controle de natalidade, diminuição dos lucros das empresas para melhor divisão com os trabalhadores, sanções para países poluidores ...

Será que a Madonna tira a tomada da televisão, antes de dormir? E a Xuxa? heim?

sexta-feira, 6 de julho de 2007

sobre The Mix-up - Beastie Boys

por Sérgio Carvalho e Vilauba Herrera

Esqueça as vozes estridentes e anasaladas como em "Fight for your right", "Sabotage" e "Body Movin". Você também não vai escutar samples, scratches, letras irônicas e bem humoradas. Você não vai escutar letra alguma. Mesmo assim, The Mix-up é uma (boa) pedrada nos ouvidos.

O mais novo disco do Beastie Boys, um dos mais importantes nomes da história rap, mostra o trio Ad-Rock (Adam Horovitz), Mike D (Michael Diamond) e MCA (Adam Yauch), desfilando suas referências, antigas e atuais, distantes do Hip Hop. Com os parceiros de sempre, Money Mark (Mark Nishita) nos teclados e Alfredo Ortiz, na percussão, o grupo faz uma verdadeira viagem sonora em uma sessão totalmente descontraída, cheias de improvisos.

A idéia de um disco instrumental não é nova. Em 1996 eles lançaram "The In Sound from Way Out", uma coletânea de faixas instrumentais que sempre apareciam em seus discos. Mas fique tranquilo, "The Mix" não parece "The In Sound nº2". É atual e tem até um pouco de música brasileira no sangue. "Suco de Tangerina", foi escrita quando o grupo passou pelo Brasil, ano passado. Som instrumental, sem palavras, mas que consegue tocar a fundo no bom gosto.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Para tirar a nhaca

Súbita, uma angústia... Ah, que angústia, que náusea do estômago à alma! Que amigos que tenho tido! Que vazias de tudo as cidades que tenho percorrido! Que esterco metafísico os meus propósitos todos!
Fernando Pessoa é (ra) o cara.