quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Não aceitem!!



por Vilauba Herrera

Paul McCartney e Ringo Star foram convidados pelo governo israelense para participar da comemoração do 60º aniversário do país, a ser comemorado em maio deste ano. Além do convite, foi junto um pedido de desculpas pela proibição, em 1965, da visita dos Beatles ao estado judeu. A pedido de perdão foi estendido para os familiares de John Lennon e George Harrison.

Na época, a alegação usada pelos políticos foi que que um show da banda que revolucinou a música mundial, poderia "perverter" a juventude israelense.
Um trecho da carta-desculpa diz: "Infelizmente, o Estado de Israel cancelou a apresentação no país devido à falta de orçamento e porque vários políticos do Knesset (o Parlamento israelense) acreditavam, na época, que sua apresentação poderia corromper as mentes da juventude israelense."
Sim, os Beatles ajudaram a subverter a mente de milhões de jovens ao redor do mundo. A carta tem toda razão.
"A Hard Days Night", "Revolver", Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band e "Abbey Road", foram alguns dos discos que fizeram a cabeça da juventude. Essa juventude que lutou para tentar acabar com a filosofia bélica dos países dominantes, com as ordens obsoletas da igreja e do mercado.
O movimento foi derrotado, como é sabido. No entanto, centelhas de resistência ainda queimam mundo à fora. Sorte a nossa.
Com certeza essas centelhas existem também em Israel. No entanto, durante os 43 anos que separam a censura e o pedido de desculpas, o governo israelense demonstrou a ausência de influência da geração Rock/hippie/soul/black/freedom, na qual os garotos de Liverpool possuem grande importância.

Assassinato de milhares de Palestinos, invasão e roubo das terras dos palestinos, a recusa de um debate sobre a criação de um estado palestino e até a criação de um muro que separa os israelenses dos palestinos, bem ao estilo dos muros construídos nos guetos da Alemanha nazista.

Não, o estado de Israel não merece a presença e muito menos um show dos últimos integrantes dos Beatles. É uma questão de bom senso, de justiça e de solidariedade com um povo que é, há dezenas de anos, massacrado por este país financiado pelo dinheiro, pelas armas e pela crença daqueles que impediram a tentativa de um novo jeito de ver o sol nascer.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Rega-bofe

por Vilauba Herrera

Boa tarde. O tempo passou aqui comigo
Mas não sei onde guardei a saudade
Vasculhei, atento, na bolsa da sinceridade
Só encontrei alento, por que dor, não consigo

Sem a carteira cheia, com meu maço de paciência
recuso a oferta e dou lugar aos abençoados
Seus estômagos, os fígados fortes e adubados
Estou de regime e sem beber, por isso, a reticência

No cardápio uma pitada de felicidade
e por cima, grandes bifes de hipocrisia.
Copos imensos de calma para evitar uma asfixia

Na saída, a conta, sorrisos aliviados e uma xícara de café
Os discursos inflamados, palitos nos dentes e promessas
Invadem o cenário imaginário. A realidade enfim, regressa

sábado, 12 de janeiro de 2008

Sem título nº 1

por Lucas Marchesini


Na vida não ha nada de errado
Tentamos todos viver lado a lado
Alguns morrem de ciúmes
Outros se esquecem
Formam imensos cardumes

Não, eu não digo sim a Idi Amin
Eu digo sim a liberdade
Eu digo não a rotina e sua carnificina
Eu digo sim a eventualidade

Não, eu não digo sim ao Cão
Mas também não falo não
Todos crêem em algo
Tudo tão absurdo
Quanto eu ser um velho mago
Ou esquecer o povo curdo

Bombas explodem no Paquistão
Tirando a liberdade de viver
De nossos irmãos
Porque enquanto uns esperam por Sebastião
Como remédio pro sofrer
Outros se dão as mãos

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

divagarinho e divagação

por Vilauba Herrera


Sentado no sofá, Pego uma idéia na mão
Aos poucos vou dichavando, até ficar bom
Esfrego o farelo da palma e derrubo tudo com calma
Passo a cola para não fugir, a hora de espreguiçar a alma


unzinho, fumo, banza, jadja, jererê, finório, do diabo, baurete, veneno do rato do gabiru, paranga, baseado, bagana, verdinho, dubom, manga-rosa, fininho, de cadeia, perna de grilo, dedo de gorila...


Cada um com seu codinome, cada qual ao seu estilo
escolha uma linha, ou desenrole algum caminho.
Sabedoria não é guerra, não bata sempre de frente
a trilha será longa, então plante sua semente

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Rolex, pistola 9 mm e afins

por Vilauba Herrera

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u361005.shtml

Tá ai, Luciano Huck, o comandante Nascimento que você pediu!!!!

Agora, ninguém... nenhum vagabundo, marginal, safardana, vai se atrever a roubar um relógio, por menos cravejado de ouro que seja!!!!!!!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Porque o medo de voar?

por Lucas Marchesini

Os 154 mortos do acidente ocorrido em 29 de Setembro de 2007 na tristemente famosa colisão entre o jato Legacy e o vôo 1907 da gol, entre Manaus e Brasília, iniciaram a crise aérea brasileira. O caos aéreo, como é chamado, se estende até hoje e se agrava em épocas como o final do ano com o aumento da demanda.

Quando o acidente ocorreu, ele ocupou manchetes durante toda uma semana, o país ficou de luto e esse era o assunto em todas as bocas.

Os 196 Mortos e 1870 feridos resultantes dos 2 561 acidentes ocorridos entre a sexta feira 21 de dezembro e a terça 25 de dezembro não iniciaram nenhuma crise nas estradas brasileiras. O caos rodoviário, ignorado pelas autoridades, se estende até hoje e não tem uma data de início precisa. Ele se agrava em épocas como o carnaval e o feriado de natal onde aumenta o número de veículos que usa as “ótimas” rodovias nacionais.

No fim do feriado, o recorde de mortos rendeu algumas manchetes e alguns minutos de espanto para os brasileiros que lêem jornais. Só isso. As causas são conhecidas, as soluções também. O caos rodoviário continua e fica a duvida. Porque o medo de voar?

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008


por Vilauba Herrera