segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Bradesco lucra, mas desconta

por Vilauba Herrera

E o Bradesco, maior instituição privada do Brasil, apresentou seus lucros entre janeiro a setembro de 2007. A bagatela de R$ 5,817 bilhões. Um crescimento de 73,6% em relação ao ano passado. De acordo com o Sindicato dos Bancários do Estado de São Paulo, o motivo do salto nas contas da empresa, foi o aumento da carteira de crédito. Mais 27% em relação a 2006.
Isso quer dizer que enquanto você se endivida para financiar o seu Palio 1000, o Banco Brasileiro de Descontos, fundado em 1943, na cidade de Marília, vai enchendo os bolsos.

"O aumento do lucro do banco é reflexo do empenho e da dedicação dos funcionários que têm se desdobrado para superar o sufoco nas agências e departamentos decorrente das condições inadequadas de trabalho e da falta de pessoal", diz, no site do Sindicato, a secretária-geral Juvandia Moreira.

A afirmação de Juvandia condiz com o que vejo na "firma" onde trabalho. Parceira do Bradesco, a empresa possui uma pequena agência em suas dependências. Quem trabalha lá, com carteira assinada, é obrigado a ter uma conta no Banco dos Descontos.

A agência está sempre cheia. Muitos funcionários organizando suas vidas; empréstimos, financiamentos, planos de previdência e o escambau.

Mas quando a agência esvazia, o Bradescão não pára. Rapidamente, como se estivessem passaeando e revendo amigos e colegas de trabalho, funcionários (as) do banco adentram as salas para bater papo e... oferecer "mais um empréstimo com juros baixos", "Ei, não é você que fez um empréstimo comigo mês passado, não quer fazer outro?" e sorri, alegre, enquanto um funcionário envergonhado responde com uma esticada de lábios. São os planos e metas da empresa. Quem conseguir mais reféns, ops, clientes, leva no final do mês. É uma empresa justa.

Mas não é bem assim. "Os bancários merecem ser valorizados por todo esse esforço, com o Bradesco atendendo às reivindicações específicas que encaminhamos à empresa, como o auxílio-educação aos funcionários". Sim, a secretária-geral do Sindicato revela. O Bradesco e seus mais de R$ 5 bilhões, não dá apoio financeiro aos seus funcionários para que paguem a educação dos filhos.

O Banco dos Descontos, ao invés de investir na educação, prefere gastar um caraminguá no programa estorno zero. Esse sistema ameaça os caixas que erram nas operações, de demissão.

Sim, o banco não paga o ensino, mas pune quem erra, talvez pela falta de ensino. E assim , o Bradesco vai descontando em seus clientes e funcionários, enquanto goza os frutos de um trabalho voltado ao desenvolvimento do país.

2 comentários:

Daniel Alcântara Domingues Fleming disse...

Estos bancos hijos de unas putanas nos espolian todos los dias. Hacen de nuestra ignorancia su riqueza. Venden coches para los pobres para tener sus vidas en sus manos.

Daniel Fleming
www.dadosinversos.com

[de lima] disse...

só botando fogo!