domingo, 5 de abril de 2009

Filhos, pra que?


Por estes dias, conversava com uma amiga, quando o assunto, que era outro, girou e logo falávamos em filhos. Ela contou-me sobre como uma amiga nossa tem cuidado de sua mais nova filha. Contou-me que para ter a criança, ela mudou de vida, mudou sua rotina, diminuiu o ritmo no trabalho. Diminuiu mesmo. A criança, uma menina linda, nasceu e seis meses depois não estava em uma creche, deitada em um berço, somente esperando a hora de chorar por comida ou por uma nova fralda, sem estímulo algum.
A criança já está com mais de um ano e participa de quase todas as atividades que a mãe faz. Ela está na beira da pia quando o pai lava louça ou a mãe faz comida, ela está no quintal quando sua progenitora cuida do jardim ou coloca a roupa no varal. Ela sente o cheiro da comida que a mãe prepara, ela coloca os pequenos pés na terra do quintal, ela enfia a mãe na água gelada da mangueira, do balde, ela sente o sol batendo em sua cara. Ela nem sabe o que é, mas ela sente, está ali e participa.
Nunca tinha pensado nisso. Em meus devaneios sobre a paternidade, em nenhum momento me atentei a estes fatos. A forma como nós desenvolvemos as sensações que os nossos filhos podem ter ainda pequenos, bem pequenos.
Apesar da vontade em ter filhos, minha curiosidade em ler e saber sobre educação sempre foi tão grande quanto a de trocar fraldas cheias de merda. Nenhuma (algumas pessoas sabem disso).
Em um mundo de 7 bilhões de pessoas, para que colocar mais uma ou duas, somente para seguir com o sobrenome da família? Para que colocar mais um consumidor nesse exaurido planeta? Criar um consumidor de papinha enlatada, berços, fraldas, video games, celulares, ipods, pringles, rufles...? Pra que?

Se é para colocar mais um (a), que ele/ela seja diferente.






foto: blog roteiro do bebé

Um comentário:

JM disse...

Se pudesse diminuir o ritmo de trabalho e me dedicar desse jeito, já teria um pequerrucho, certeza... Pra fazer mais ou menos desse jeito...