sábado, 16 de maio de 2009

Garoinha chata

Confesso que não botava fé nas Marchas da Maconha realizadas pelo país. As que não foram proibidas pela censura milico-católica-fascista ainda existente. Achei que com a proibição do evento em São Paulo, tudo acabaria em uma frustrada pizzonha.
Erro crasso, quanta arrogância de minha parte. Apesar da fraca divulgação dos atos pela grande mídia, que ainda vive (e gosta) da censura milico-católica-fascista, a internet mostrou que a Marcha está ganhando cada vez mais adeptos. Os maconheiros, médio maconheiros, não maconheiros com bom senso, estão saindo da toca. E têm que sair mesmo(É isso memo!!)
Aprova disso foi Sérgio Carvalho que me mostrou aqui.
Me impressionou a variedade de pessoas, animadas pela Orquestra Vegetal, que embalou a passeata pela orla carioca.

Acho que falta mesmo maresia ao povo paulistano. Muita garoa atrapalha.

3 comentários:

Pedro disse...

Cara, ainda não consegui formar uma opinião firma com relação à marcha da maconha e a descriminalização de algumas (ou todas) as drogas.

Amsterdam tinha uma política bem avançada de quase liberação de drogas durante muito tempo. Então a cidade virou um templo mundial do consumo de heroína, cocaína maconha. O número de viciados, que dependiam do apoio do governo holandês cresceu imensamente, fazendo com que os recursos de outras áreas tivessem que ser direcionados ao tratamento de viciados. Hoje em dia, os governantes de Amsterdam estão diminuindo essas facilidades para adquirir e consumir drogas.

Querendo ou não, ser viciado em qualquer coisa é uma merda. Seja cigarro, jogo, bebida, sexo, cocaína ou heroína.

Vancouver é outro exemplo de uma cidade que modernizou suas leis para ser mais "liberal" quanto ao consumo de dorgas, e depois teve que voltar a ser mais restritivo. O número de mendigos da cidade quadruplicou em uma década. A criminalidade (mesmo que a maioria dos crimes fossem banais, como roubo de churrasqueira) subiu muito. E, hoje em dia, apesar de ainda ter leis muito mais avançadas que a lei brasileira, Vancouver está repensando sua política com relação às drogas e aos viciados.

É só imaginar que se não fosse o maldito cigarro, os casos de cancer no pulmão seriam reduzidos em mais de 30%. Isso quer dizer que teríamos 30% a mais de leitos em hositais disponíveis para outros doentes.

Acho que é isso... Aqui onde eu moro rolou uma marcha bem tímida. O pessoal deve ter esquecido.

Moreno Bastos disse...

Pedro, é uma questão delicada mesmo. mas, apesar dos problemas que você citou, acho que eles são menores do que os problemas causados por medidas proibitivas. Nem são menores, mas que podem ser resolvidos, ou minimizados com mais eficiência. A proibição causa o trafico, causa guerra, bárbarie, corrupção privada e estatal, milhões de mortes estupidas, tão mais estúpidas que um falecimento por causa de cigarro. Sou favorável a legalização, pois também acho que discutir esse tema irá abordar outros e mais outros, que são bem importantes também, como o papel do estado na vida das pessoas, a censura, o acesso à informação...essas coisas.
mas é isso, ai, vamos discutindo. cada qual com seu cada qual, cada um com sua opinião. Proibir a discussão, como é feito, é que é mais absurdo.

Francisco Lins disse...

Moreno, estás, como Resmungos Novos, em ótima companhia - Resmundos, do Ferreira Gullar (http://literal.terra.com.br/literal/calandra.nsf/0/DC04A0DC1539C12903257679004F96D5?OpenDocument&pub=T&proj=Literal&sec=Resmungos).
Sugiro um presente seu para você - o livro de crônicas (resmungos) do Ferreira Gullar, ilustrados belissimamente (não me lembro o nome do artista) e publicado pela IMESP. Se o comprar, empreste-mo lá prá frente.