Pune
é cidade grande. Vizinha à imensa Mumbai uns 200km. Lugar de
investimentos. Empresas de Tecnologia da Informação indústrias
multinacionais, Shopping Centers e Universidades. Em uma volta pelos
arredores é possível ver dezenas de quilômetros de quarteirões de
prédios em construção. Alguns minutos de estrada e os prédios são
substituídos por condomínios fechados com nomes acabados em Garden,
Golden, Park...
Tem
grande concentração de moradores estrangeiros. Os turistas também
chegam. Prova disso é a quantidade de hotéis estrelados em forma de
arranha-céus ou prédios de desenhos arredondados e cores metálicas.
Como quase toda cidade indiana, o turismo religioso também é carro
chefe, mas em Pune ele tem outro estilo. Não são tendas no meio do
mato, em terrenos baldios, sem banheiros, lama e poeira de brinde.
Em
um dos bairros nobres da cidade, Koreagon Park, um grupo de ruas que
se parece com o jardim Europa com residências parecidas com as do
Alto da Boa Vista, está o Osho International. Não é um Ashram, não
é um hotel. É um resort que ocupa centenas de metros arborizados do
bairro, protegidos por cercas de mabu pintadas de preto e guaritas
com policiais, daquelas parecidas com as do Jardim Europa, que tiram
a calçada dos pedestres. Para uma visita de algumas horas, com
direito a participar da meditação, cobra-se 20 euros. O visitante
ainda tem que entrar com uma roupa cor vinho, que eles vendem por 10
euros, mas no camelô na esquina da rua, sai por 3 euros. “Mas não
tem a mesma qualidade”, diz o francês mal humorado, na portaria com placas de
mármore preto.
Nas
ruas, porsches e carros japoneses dividem espaço com búfalos que
param o trânsito em um desfile que poucos dão atencão. Pelas ruas
os casais andam de mão dadas, arriscam abraços e beijos, sem causar
espanto alheio. As mulheres combinam calças jeans apertadas e ombros
de fora com rostos cobertos. Entre os jovens, o hindi perde espaço
para o inglês e as lojas de fast food tomam espaço das barracas de
samosa e parantha. O progresso do oeste não costuma das brechas.
Entre os prédios novos e envidraçados, casas de madeira da tradicional arquitetura indiana aparecem carcomidas nas ruas transversais, onde a terra retoma espaço do asfalto, as crianças gritam em frente à mesquita e alguns olham curiosos para o turista com uma máquina fotográfica nas mãos.
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