terça-feira, 5 de março de 2013

EmPune


Pune é cidade grande. Vizinha à imensa Mumbai uns 200km. Lugar de investimentos. Empresas de Tecnologia da Informação indústrias multinacionais, Shopping Centers e Universidades. Em uma volta pelos arredores é possível ver dezenas de quilômetros de quarteirões de prédios em construção. Alguns minutos de estrada e os prédios são substituídos por condomínios fechados com nomes acabados em Garden, Golden, Park...

Tem grande concentração de moradores estrangeiros. Os turistas também chegam. Prova disso é a quantidade de hotéis estrelados em forma de arranha-céus ou prédios de desenhos arredondados e cores metálicas. Como quase toda cidade indiana, o turismo religioso também é carro chefe, mas em Pune ele tem outro estilo. Não são tendas no meio do mato, em terrenos baldios, sem banheiros, lama e poeira de brinde. 


Em um dos bairros nobres da cidade, Koreagon Park, um grupo de ruas que se parece com o jardim Europa com residências parecidas com as do Alto da Boa Vista, está o Osho International. Não é um Ashram, não é um hotel. É um resort que ocupa centenas de metros arborizados do bairro, protegidos por cercas de mabu pintadas de preto e guaritas com policiais, daquelas parecidas com as do Jardim Europa, que tiram a calçada dos pedestres. Para uma visita de algumas horas, com direito a participar da meditação, cobra-se 20 euros. O visitante ainda tem que entrar com uma roupa cor vinho, que eles vendem por 10 euros, mas no camelô na esquina da rua, sai por 3 euros. “Mas não tem a mesma qualidade”, diz o francês mal humorado, na portaria com placas de mármore preto.

Nas ruas, porsches e carros japoneses dividem espaço com búfalos que param o trânsito em um desfile que poucos dão atencão. Pelas ruas os casais andam de mão dadas, arriscam abraços e beijos, sem causar espanto alheio. As mulheres combinam calças jeans apertadas e ombros de fora com rostos cobertos. Entre os jovens, o hindi perde espaço para o inglês e as lojas de fast food tomam espaço das barracas de samosa e parantha. O progresso do oeste não costuma das brechas.



Entre os prédios novos e envidraçados, casas de madeira da tradicional arquitetura indiana aparecem carcomidas nas ruas transversais, onde a terra retoma espaço do asfalto, as crianças gritam em frente à mesquita e alguns olham curiosos para o turista com uma máquina fotográfica nas mãos.

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