quarta-feira, 14 de maio de 2008

Confabulações midiáticas sobre o caso Isabella (Janela)

por Vilauba Herrera

- Com o aumento de 40% de televisores ligados para acompanhar a cobertura do caso, as emissoras de TV tentam usar até os ossos do evento para garantir mais telespectadores e anunciantes indignados. A Record na briga pela "exclusividade" com a Globo, chegou a fazer uma matéria sobre sua própria cobertura do caso. Os jornalistas se entrevistavam, explicando onde estavam quando o promotor chegou ao fórum, como conseguiram fazer uma pergunta ao Nardoni-pai em meio ao tumulto de policiais, jornalistas, fotógrafos e desocupados que se acotovelavam na frente das delegacias e o escambau.

- Enquanto a Record (Universal do Reino de Deus) fez uma auto-matéria, a Globo (Católica apostólica Romana) se deu melhor, já que os acusados, Nardoni-filho, Jatobá-madrasta e Anna Carolina-mãe, deram entrevistas exclusivas para Walmir Salaro e Patricia Poeta. Além disso, Anna Carolina-mãe virou devota de padre-cantor-ator e estudante de jornalismo, Marcelo Rossi.
- Como jornalista, admiro as investigações feitas por repórteres, suas fontes, malandragens e tudo mais. O que não entendo e o caso Isabella (Janela) é a divulgação sem controle de informações de um caso que ainda não foi concluído. Acho importante a descoberta e divulgação dos fatos para o público, essa é a função da profissão. Mas acho perigoso o modo descontrolado como a imprensa derrama informações pouco precisas, suposições, especulações. O promotor, advogados, delegados, irmã do Nardoni-filho, de apenas 20 anos, estudante de direito, dando uma série de entrevistas, como se estivessem com o resultado das investigações na mão.

- E os discretos helicópteros colocados em cima do enterro de Isabella, como se fosse um show de rock. Ou será que isso era só um capítulo fúnebre de um novo Big Brother.

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