por Vilauba Herrera
Enfurecido após um papo agradável com uma atendente de telemarketing da (escrota) Viação Cometa, terminei parte do trabalho. Sem saber como eliminar toda a raiva pelos gerúndios e malandragens e burocracias daquele telefonema, tentei escrever um "Manifesto contra o telemarketing". Fui incapaz.
O sangue nos olhos me deixou cego. Preocupado, lembrei de um remédio dos tempos do onça. Rock and Roll, Baby!!
E logo me veio a cabeça uma das apresentações mais fantásticas que assisti. AC/DC. 12 de outubro de 1996, estádio do Pacaembu, Ballbreaker tour.
Aos 15 anos, eu era puro rock. Apesar de ainda não estar enchendo a cara todos os dias, como fizeram meus ídolos. Eu nem bebia, acho. Outras drogas, então, não sabia nem a cor. lembro que compramos os ingressos com antecedência, eu, José [irmão de vida} e um amigo do passado, Felipe Morelli (onde anda você, rapá?).
Um tio, primo, parente, sei lá, do Morelli, foi junto. Era mais velho, gostava do AC/DC e seria o responsável pelo trio. Recordo-me que achei estranho, mas não falei nada. Porra, eu já frequentava shows há alguns anos, no mesmo Pacaembu, anos antes, já tinha visto Rolling Stones (com minha mãe), Iron Maiden (com amigos), não precisava de babá. Quem é do rock não precisa de babá.
Bom, 12 anos e muito rock and roll depois, admito que não lembro exatamente de tudo. Mas não esqueço da abertura, com a parede sendo quebrada pela Ballbreaker. Inesquecível também foi escutar os sinos de Hells Bells, os solos de Angus Young e a voz esganiçada de Brian Jonhson ( Bon Scott era foda, mas me desculpem os puristas, prefiro Johnson). Os canhões de For Those About to Rock, claro, não poderia esquecer. E também me recordo de quando salvei a vida de José, que quase caiu no chão, durante uma onda de milhares de pessoas. Rock and Roll demais!!!
Depois da sessão AC/DC, a calma retornou ao meu espírito. Eu só queria uma xícara de chá... e jogar aquela atendente, fã de "Jeitos Muleques", "Inimigos da Hp‘s", no meio da multidão, enlouquecida por Thunderstruck.
2 comentários:
4h19... 4h20
relaz
abraço
Aquele show foi foda demais. Lembro que nem conhecia AC/DC direito, e depois fui atrás de tudo dos caras... E só tô aqui pra contar a história porque cê me puxou pelo braço mesmo, que a rodinha de porrada estourou bem no lugar onde a gente tava. Tínhamos chegado lá pelas cinco e meia, e o show era só às nove, dez horas... Em cinco minutos tivemos que recuar uns bons metros pra ficar em segurança. Lembro que ficamos bem perto de uma plataforma que subiu na hora de um dos solos do Angus. E lembro também que a gente comprou umas camisetas lá, bem legais. E lembro também que um cara colocou um baseado na minha mão, mas eu passei pro cara do lado, lógico. Isso porque tinha o tio do Morelli tomando conta...
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