sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Gaya


Sai de Bodhgaya pela manhã. Em um dos rickshaws malandros, dividi com uma mulher. Ela foi uma das únicas indianas a puxar papo comigo, tirando as comerciantes. Mas ela só falava hindi. Respondi tudo com yes e sorrisos. 

Cheguei em Gaya, que é feia e barulhenta. Para piorar, era segunda-feira e parecia que todos estavam de mau humor por isso. Entrei no clima e sobrou pro sujeito que tentou passar na minha frente na fila da estação.

De trem estava complicado. Fui atrás de um ônibus. Encontrei e achei que tinha feito um bom negócio, pagando 480 rúpias por uma cabine dupla. Horas depois, quando cheguei no ônibus, descobri que havia comprado só dois acentos e que dois ainda eram mirrados pra mim e a mochila.

Passei o tempo num cyber café caro e cheio de moleque falando alto. No almoço, um restaurante que usava o cardápio de um hotel que não vi em lugar algum. Era a única parte em inglês. Tudo em hindi. Fui no mix de vegetais, arroz e chapati. Melhor não inventar quando se vai pegar um ônibus sem banheiro por 12h. O dono falava alto, mas não dava para perceber se era bronca ou jeito. O local possui umas vinte mesas, algumas todas em madeira, outras com tampo de pedra. Bancos ou cadeiras de plástico. As paredes, metade marrom, metade creme. Um cara cozinha num fogão instalado na frente do restaurante, já na calçada. Mas acho que não faz parte do staff. Ventiladores velhos e sujos, desligados, no teto. As pessoas comem rápido, com as mãos. E mosquitos me enchendo o saco.

Acabo de me alimentar e ainda fico enrolando com o livro. Está quente e nao tenho para onde ir com a mala de 20kg. Decido ir para outro cyber café pegar informações sobre Kolkata.

Às 17h, subi no ônibus e sentei ao lado da mochila. Poltronas 13 e 14. Escutava Fussing and Fighting. Acenei para Gaya e dizendo que não sentiria saudade.

Nenhum comentário: