quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

KonarÊ!!


Puri está no estado de Orissa, um dos mais pobres da India. É uma das principais cidades sagradas do país, para onde vão os peregrinos. Cidade de Jagarnath, uma forma de Krishna. Os principais templos são fechados para turistas, descobri na marra, andando de um em um.

Então fui para Konark, 35km ao norte. Lá está o templo do Sol. Entrei no ônibus e não cabia no banco. O cobrador ainda do lado de fora gritava: Konarê, Konarê!! E como não há pontos de parada oficiais, ele vai gritando a viagem toda, pendurado na porta.






O trem passou pela praia de Konark e minutos depois desci na entrada do templo. Ao redor, lojas e berracas e resturantes, que cruzei rapidamente, acompanhado por uma fila de estudantes que também chegava para uma visita. Já dentro do complexo, dezenas de estudantes sentados no chão escutavam alguém, que parecia dar um sermão, de mircrofone em punho.


A entrada é cara, 250 rúpias. Um indiano paga 10. É assim na maioria dos templos indianos. O Templo do sol é dedicado ao deus Surya, construído no século XIII. A maior parte do templo é feito de Sandstone na arquitetura denominada Orissan. É considerado um dos principais templos da India.



Suas paredes, assim como Kajuraho, possuem esculturas eróticas. Mas o templo principal é muito maior. São cerca de 30 metros, rodeado por construções menores e um jardim simples, mas bem cuidado, onde garças curiosas chegam perto dos visitantes, atrás de comida. 



Quem resolve não pagar, pode circular ao redor do templo, pelo muro. Gastei algumas horas no lugar e tornei-me um possível empresário ao conhecer um senhor indiano que festejou quando eu disse ser do Brasil. “As relações comerciais entre India e Brasil estão muito boas”, disse, me entregando um cartão.”Trabalho para um grupo que movimentou mais de um bilhão de dólares no ano passado”, reiterou.

Após os negócios, no caminho para a saída, conheci um inglesa. Dançarina, estuda e ensina dança clássica indiana. Ficará 6 meses no país em aulas e festivais. Almoçamos, enquanto ela me explicava as tradições e histórias da dança indiana e as dificuldades em viver artisticamente em Londres. Também aproveitei para pegar uma dicas sobre Varanasi, o próximo destino. Caminhamos até a praia, pela beira da estrada que passa por um santuário ecológico. Percebi que a melhor parte de Puri é Konark.

Com preguiça de voltar andando e atrasado para o último ônibus para voltar, pegamos um rickshaw. Nos despedimos e pulei no ônibus, completamente lotado. Nos primeiros minutos, resmungava a cada parada e tentativa o cobrador em enfiar mais gente no veículo. Aos poucos entrei num transe e só acordei quando o motorista freou na parada final. Andei rápido para o hotel, pelo caminho que já conhecia do dia anterior.


Puri é repleta de casarões antigos e empreendimentos comerciais abandonados. A impressão é que por ser uma cidade de peregrinos, tentou-se criar uma infra estrutura para receber ainda mais turistas, mas por falta de projeto ou de turistas, tudo ficou pelo caminho. Jantei, comprei água e frutas

Nenhum comentário: