domingo, 20 de janeiro de 2013

A beleza do Amber Palace salva Jaipur


Último dia de Jaipur, a meta era conhecer o Amber Palace, fora cidade alguns quilometros, o Nahargarth Fort e o museu Albert Hall, em Pink City. Novo motorista. Novo preço. Novas aventuras. Dessa vez começava já no rickshaw, quando entrava em cada contramão: vielas, ruas e avenidas, não tinha problema pra ele. “Vamos primeiro ao Nahargarth Fort, tudo bem?” Não estava, mas fazer o que? “Beleza, vamos lá.”

O jovem me deixou no pé do morro. Depois descobri que era possível subir com rickshaw (ou tuc-tuc). Na subida, muitas amizades. Os indianos tem o hábito de cumprimentar mesmo os turistas. Estendem e mão, perguntam se está tudo bem, de onde é e tudo mais. Alguns pedem um dinheiro depois. Como estava com a máquina na mão, recebi pedidos para fotos. Fotografei crianças, disputa de quem fazia a maior bola de chiclete, jovens em suas motos, todos com pose e Jaipur, lá embaixo, na moldura.

Lá em cima, o Nahargarth recebe muita gente. Um restaurante chama o público. Eu era o único turista não local. Além disso, o local é como um parque, com uma grande área verde, um anfiteatro e outras construções. Molecada em grupo, correndo, fumando e namorando no alto da cidade.


Mas o próprio Nahargarth Fort, do século 19, está abandonado. Mesmo assim dá para ter uma ideia da grandiosidade que foi. Com a cor amarela, hoje suas janelas e guaritas guardam um exército de pombas.
Hora de ir pro Amber Palace, um dos pontos turísticos mais famosos do Rajastão. Um Forte que começou a ser feito no século 17, com muros que atravessam quilometros e um palácio no centro.

 Dessa vez, encontrei muitos “gringos”, mas a maioria ainda era de turistas indianos, o que achei interessante. Na minha ignorância sobre o país, o turismo interno estava incluso. Diferente de Nahargarth, o Amber está bem cuidado. Em algumas partes, há sinais de reformas. Para chamar os turistas, um estúpido passeio de elefantes ocorre no local. Para o bicho caminhar no ritmo desejado, leva chutes e algumas pauladas na cabeça.

Mas o lugar é lindo. Com um lago criado na época, que servia para abastecer o forte. No meio, uma pequena península com um colorido jardim. Ao redor, uma vila, que já foi uma cidade dentro dos muros, as montanhas com cor de cerrado e o céu azul.

Com o tempo que fiquei no Amber, perdi o horário paa ver o Albert Hall. Hora de ir para o hotel? Não. Nova proposta de conhecer as maravilhas dos tecidos do rajastão. “A verdade é que ganhamos um trocado para levar turistas lá”, admitiu o motorista. Disse que não era europeu e não tinha grana como europeu. “Tudo bem, não precisa comprar. Só fala um pouco com eles.”

Não soube dizer não, mas bolei uma estratégia. Chegaria já com uma meta. “Quero ver as camisas indianas”. Mesmo assim, ainda escutei um pouco sobre a história da loja e explicações sobre doações a instituições carentes “só digo isso porque você é jornalista”, afirmou o lojista.

O tempo passou e estava saindo com as mãos vazias. Já tinham me deixado com um funcionário, mas logo o dono voltou. “Gostei de você. Vamos chegar em um acordo.” Chegamos. Mais uma vez, saí com uma sacola e de novo, o rapaz do rickshaw recebeu olhares e frases pouco amigáveis. “Nunca mais me traga esse tipo aqui” Certeza que ele disse isso.

 Nova refeição típica do Rajastão. Kadi Pakora. De sobremesa, uma fruta que havia comprado no dia anterior, numa caminhada por Bani Park. Chikoo, com cara de kiwi e gosto de noz. Jaipur nao matou a saudade de Goa.

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