terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Parada estratégica em Jaipur



Estava descalço pelas ruas nevadas de Londres com meus irmãos. Daí acordei na frente de um hotel, ao lado de uma obra de viaduto e com os pés gelados de frio no ônibus, em Jaipur. Eram 7h da manhã. O ônibus andou mais uma centena de metros e parou de vez, do outro lado da obra do viaduto. O motorista me explicou onde era a estação de trem. A de ônibus eu sabia, não sei como, mas sabia.

Cheguei no terminal ferroviário e uma funcionária me disse que para turistas, os bilhetes eram vendidos em outro lugar. Dei meia volta e segui para a rodoviária de Sindh Kamp. No final do viaduto, olho à esquerda e vejo Tony's Guest House. Me lembrei do suiço tagarela em Pushkar falando sobre o lugar. Decidi que ia até a rodoviária ver preços e horários para Agra e voltaria para um café no Guest House.

Ônibus de meia em meia hora a 200 rúpias. Beleza. Voltei ao Tony's. Subi as escadas, falei com o funcionário na entrada e observei os primeiros metros do lugar. Muitas fotos, recados de hóspedes de todo o mundo, maioria orientais, um pôster do Bob Marley e plantas, muitas. Subi as escadas para o terraço. E quem encontro? Pascal, o tagarela.

Conversamos e fui apresentado ao Tony, o dono. Figura de barba branca de fala mansa e que me lembra alguém que não me lembro quem.
Uma suiça e um japonês sentaram a mesa e contiuamos o papo. Chai e tostex de queijo e tomates. Enquanto isso, olhava ao redor. Muitas plantas, passáros, redes, desenhos na parede, dois pezinhos da erva santa em meio aos outros vasos. Do jeito hippie que gosto. - Tony, você tem um quarto vago?
É, decidi ficar um dia ali. Seria melhor do que gastar mais em Agra. Sabia que era uma cidade mais cara e pelos relatos, só o Taj Mahal salva.

Tratei de arrumar a mala mais uma vez, usar bem a internet e papear no melhor lugar de Jaipur, o terraço do Guest House. Entre alguns copos de chai e fumaça, o dia passou com assuntos que variaram desde a política social do Japão, passando pelas bizarrices do Berlusconi, a seleção brasileira e a Copa de 2014 e sobre uma possibilidade de travessia do atlântico via Espanha e de graça. No meio disso, almocei um bonito arroz com um mix de vegetais no curry.

Se o papo rendeu de dia, à noite não pensei em conversas. Desci e comi uns salgados que parecem samosas e um doce. Comprei umas frutas e voltei ao Guest House. Na chegada, Tony me convidou para o jantar. Não recusei. Após um Dal de Espinafre feito no forno de barro (no terraço) com chapatis, deitei na rede mais distante da turma e dormi por algum tempo. Só acordei para descer até meu quarto. O outro dia ia começar antes das 7h.

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