sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Dia de Lhassi em Jaisalmer


Antes das 7h da manhã, num frio descomunal, o funcionário do ônibus abre a porta da cabine. “Jaisalmer”. Em 20 minutos estava saindo do ônibus em uma rua empoeirada. Quando pisei no chão, cerca de 15 pessoas vieram me oferecer serviços. Transporte, hotel e até safari de camelo. Esperei os amigos para decidir o que fazer. Eu e Hassam pegamos uma carona no jipe que levava o italiano para o hotel.

 Já tinhamos um lugar apontado. Sugestão de Poly, a israelense amiga de Hassam em Pushkar. Apesar de negarmos o convite do funcionário que nos levava de jipe em irmos para seu hotel, ele nos levou para dentro do forte de Jaisalmer. Levamos mais uns 20 minutos para achar o Royal Stay.  Acordamos o dono do hotel, Pappi, e seu filho. Eles nos mostraram os quartos vagos. Já empurrei minhas mochilas para o mais barato e boa noite a todos.

Levantei tarde, na hora do almoço e sai do hotel após organizar as coisas. Encontrei Poly e Hassam. Eles procuravam uma agencia para fazer o safari de camelo. Acompanhei-os e sugeri um lhassi para depois. Saímos do forte. No meio das pesquisas sobre safari, descobri que para ir a Agra, último destino antes da primeira perna do Khumb Mela, terei que trocar de trem ou ônibus em Jaipur, partindo da Jaisalmer.
Chegamos ao Lhassi Shop e fomos recebidos pelo Dr. Bhang, como se apresentou o cara com muitos dentes na boca e um paletó rosa. Ele nos mostrou o cardápio e o certificado na parede desses sites de viagens. Ali se faz o Bhang Lhassi, a bebida meio iogurte, meio vitamina, misturada com a erva santa sem amônia. Antes da vitamina, desci até uma German Bakery em frente e comi um sanduiche para forrar.
Tomei um bhang Lhassi de Chikoo, a fruta que havia expeimentado em Jaipur. O doce da fruta é quebrado com o gosto mais amargo da erva.

Cada um abastecido com seu tipo de Lhassi. Ainda comprei cookies. Mantimento para outros momentos. Caminhamos por algum tempo por um bairro ao redor do forte. Uma das ruas, semelhante a de Pushkar, repleta de lojas de roupas, tecidos, itens em couro, pedras, metais e tudo aquilo que chama atenção da turistada. A cor da cidade é amarela, como o deserto onde está localizada.


Cerca de uma hora depois, minha boca ficou seca. Achei que era efeito do Lhassi apenas, mas lembrei do deserto.  Paramos em banca, onde um grande caldeirão com leite era fervido. Na superficie, uma espuma amarelada. Ao lado, muitos copos contendo fios amarelos bem finos. Alguns bancos em frente. Era um lugar concorrido pela população de Jaisalmer. Sem turistas. A receita é  interessante. Leite fervido com especiarias, acho que principalmente masala, num copo com fios de açafrão e algumas amêndoas. Saffron Milk estava escrito no menu azul pregado em uma parede.


Navegando na onda do Lhassi, caminhava preocupado apenas nas imagens para fotografar. Não era hora de falar, muito menos em outra língua. Percebi isso enquanto tomavamos o Saffron Milk e perguntei umas três vezes alguma coisa a Polly, em português.

Vez ou outra, Hassam, com gargalhadas na boca, me inteirava sobre o assunto que conversavam. Voltamos ao hotel no começo da noite. No restaurante,  no terraço, nos esticamos nas almofadas. Um jovem casal se esticava por lá também. Também adeptos do bhang lhassi, fumamos e demos algumas risadas até a noite cair de verdade.

 Com frio, os sorrisos foram virando preguiça para uns, fome para outros. Somei os dois e pedi um macarrão chinês com chiapati, o pão indiano. Antes, um chai para esquentar. Apesar da vista, a comida do La Puerta del Sol não era grandes coisas, foi um dos ultimos pensamentos da noite, antes de sair sorrateiramente do bate papo.

3 comentários:

Lucas Marchesini Palma disse...

Moreno, estou acompanhando com avidez a sua viagem. Fico até agoniado em dias sem postagem. Digo para mim mesmo que é normal, afinal, é quase um tempo real o que você está fazendo, mas acaba te xingando mentalmente, admito.
Continue com as boas histórias!
Abraço

Paola disse...

Não vou repetir o que Lucas disse.
Mas vou pedir mais detalhes por email. ahahah beijo grande

Paola disse...

Lhassi...