quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Foi uma linda história de amor, que me contaram...

O Taj Mahal impressiona. É clichê, é Unesco, é turístico até o talo, é suntuoso, mas a prova de amor de Shah Jahan a Mumtaz Mahal é das coisas mais bonitas que já vi. A empolgação, que não era das maiores quando cheguei em Agra e parei no hotel bem ao lado,  ressuscitou imediatamente, quando vi a entrada, em mármore branco, pela portão sul, que é feito de pedras vermelhas e também não lhe falta beleza.


Não cheguei no horário pedido pelos guias, 6h30 da madrugada. Não vi o nascer do sol. Cheguei para lá das 10h e já estava apinhado de gente. Indianos, claro, e coreanos dominam a cena. Mas ouvi e vi diversas nações pelos jardins,  inclusive uma família brasileira. O pai só dizia "Maravilhoso, é maravilhoso...", enquanto um guia de turbantes e que falava espanhol, fazia todos aqueles rituais para apresentar o local: entrar de costas, só abrir os olhos no três, tirar foto fingindo estar segurando o topo do palácio...A mãe disse que o povo indiano é muito espiritualizado e a filha parecia cumprir a visita burocraticamente. Sou chato mesmo.


O palácio todo branco esconde surpresas quando você chega perto, meio que nem quadro impressionista, mas não do mesmo jeito. Nas paredes, mosaicos florais em pedras cor verde, vermelha, amarelas e pretas. Desenhos em alto relevo e inscrições do corão ornam os portais imensos e paredes da simétrica construção. No meio, o mausoléu de Shah Jahan e Mumtaz Mahal, circundado por uma espécie de mureta com mosaicos e detalhes no mármore, como se fossem bordados. Em cada uma das quatro pontas, salas com oito portas em cada.



O jardim também chama atenção. tem o estilo inglês, já que o Taj Mahal voltou a ser valorizado no meio do processo de colonização dos britânicos na India. Atrás do monumento, o rio Yamuna. A outra margem do rio possuia um dos jardins do Taj Mahal e uma piscina. Hoje, o rio representa perigo pela poluição que vem recebendo. Mas ainda é bonito, com suas margens cheias de búfalos e bancos de areia.

Sai do complexo do Taj Mahal com tempo. Meu trem parte 21h40 para Allahabad. Parei para almoçar no restaurante do hotel em que estava. Enquanto organizo as coisas para chegar ao Khumb Mela, penso nos caminhos que poderia seguir antes de voltar ao festival, no fim de fevereiro, em Varanasi.  Norte, o pé do Himalaia em Darjeeling, Kolkata e o baía de Bengala, ruínas de povos ancestrais no centro do país...

Resmungo agora por ter, em algum momento achado que dois meses pela India seriam suficientes.

3 comentários:

Paola disse...

Claro que são suficientes...mas só para programar a próxima. Sem ansiedade. Como você com certeza vai aprender por aí....2 meses não são suficientes nem para uma cidade...imagine para um país...

Ale disse...

Rá! Vamos combinar a próxima.

Anônimo disse...

Minha cabeça já matuta mesmo esse retorno, malandro.
É pouco mesmo, Paola. É só um capítulo de introdução.